Tecnologia utilizada por bandidos para envio de SMS fraudulentos

Para enviar as mensagens, o motorista precisava se aproximar de outros veículos a cerca de cinco metros de distância.


A Polícia Militar de São Paulo desmantelou uma quadrilha que usava uma técnica peculiar para aplicar o golpe do SMS. Em vez de enviar mensagens fraudulentas para números aleatórios, os criminosos utilizavam um carro equipado com dispositivos especiais para disparar SMS para celulares próximos.

A operação do “carro do golpe”

O motorista do “carro do golpe” foi preso em São Paulo e revelou à polícia que recebia R$ 1 mil por semana para dirigir um Jeep Renegade alugado. No veículo, foram encontrados aparelhos de telecomunicações, incluindo um notebook, baterias e uma antena similar às usadas por operadoras como Claro, TIM e Vivo.

Para enviar as mensagens, o motorista precisava se aproximar de outros veículos a cerca de cinco metros de distância. A operação ocorria em vias congestionadas de São Paulo, incluindo os bairros Jardins, Itaim Bibi, Pinheiros e Tatuapé.

A quadrilha e suas táticas

O motorista, que era um “funcionário” da quadrilha, foi indiciado por diversos crimes, como associação criminosa, invasão de dispositivo informático, uso clandestino de sistema de telecomunicação e corrupção de menores de 18 anos.

Ele também deve responder por dirigir o veículo sem habilitação. A polícia estima que mais de 100 pessoas foram lesadas pela quadrilha em um mês. Os outros membros da quadrilha ainda não foram localizados.

O funcionamento do golpe do SMS

As mensagens enviadas pelos equipamentos do veículo eram semelhantes às enviadas por golpistas de maneira tradicional. Elas informavam sobre um suposto cartão de crédito com pontos prestes a expirar e incluíam um link para efetuar a troca dos pontos antes da data de validade.

Ao acessar o link, as vítimas eram induzidas a fornecer dados bancários, como agência, número da conta e senhas, em um site que imitava a interface de um grande banco. Esse tipo de fraude é conhecido como phishing.

A técnica de interceptação

A diferença no “carro do golpe” estava na tática utilizada: os criminosos se aproveitavam da proximidade física para bloquear o sinal das operadoras e criar uma rede móvel clandestina. Assim, o SMS não passava pelas operadoras Claro, TIM ou Vivo.

Essa prática, conhecida como stingray, permite a interceptação de smartphones próximos devido a vulnerabilidades de segurança nas redes 2G (GSM), que não exigem autenticação entre a torre da operadora e o celular.

Isso afeta até mesmo aparelhos com suporte às tecnologias mais recentes, como 3G, 4G e 5G. O Android 12 introduziu uma função que impede a conexão a redes 2G, melhorando a segurança.

A situação das redes 2G no Brasil

Apesar de estar em desuso, a internet móvel de segunda geração ainda está ativa no Brasil. A Anatel está discutindo as regras para o desligamento dessa tecnologia, embora empresas de Internet das Coisas defendam a sua manutenção devido ao grande número de dispositivos que dependem dela.


Perguntas frequentes

Como funcionava o golpe do SMS aplicado pela quadrilha?

A quadrilha usava um carro com equipamentos especiais para enviar mensagens fraudulentas a celulares próximos, bloqueando o sinal das operadoras e criando uma rede móvel clandestina.

Quantas pessoas foram lesadas pelo golpe do SMS?

De acordo com a polícia, mais de 100 pessoas foram lesadas em um mês pelo golpe do SMS.

Quais crimes o motorista do “carro do golpe” foi acusado de cometer?

O motorista foi indiciado por associação criminosa, invasão de dispositivo informático, uso clandestino de sistema de telecomunicação, corrupção de menores de 18 anos e por dirigir sem habilitação.

O que é a técnica conhecida como stingray usada pela quadrilha?

Stingray é uma prática que permite interceptar smartphones próximos, bloqueando o sinal das operadoras e criando uma rede móvel clandestina, aproveitando vulnerabilidades nas redes 2G.

Andréa Alves:
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