O Observatório Softex está divulgando as conclusões de seu novo estudo “Overview do setor brasileiro de Tecnologia da Informação nos últimos dez anos”, que traça a evolução da atividade em relação a indicadores da economia, principalmente o PIB, e do mercado de trabalho.
Além de trazer uma caracterização do segmento, foram apuradas a receita líquida das empresas do setor e a participação na pauta de exportação de serviços.
Realizado com o apoio da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) o levantamento utilizou dados oficiais, incluindo informações disponíveis na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do IBGE, IPEA Data e Siscoserv – Estatísticas do Comércio Exterior de Serviços do Ministério da Economia.
A receita operacional líquida no período 2007-2016 evoluiu em cerca de 70% em termos reais, inclusive em 2009, 2012 e 2014, anos de queda do PIB. Nos últimos três anos, ela permaneceu praticamente estável, em torno dos R$ 200 bilhões.
Do ponto de vista da demanda e da geração de emprego, o levantamento da Softex apontou para um crescimento de profissionais empregados nas atividades de desenvolvimento customizáveis e sob encomenda, o que reflete uma demanda do mercado nacional por necessidades mais personalizadas em relação aos serviços de TI. Já tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet mostraram uma tendência de retração na contratação de profissionais, especialmente a partir de 2015.
“Ao analisarmos o comportamento do emprego formal no Brasil como um todo notamos que a taxa média de crescimento do emprego formal em TI nesse período (5,7%) foi bem superior à média do PIB brasileiro (1,7%) e mais do que o dobro do crescimento médio dos empregos formais na economia de maneira geral. Isso significa que apesar do cenário de retração econômica, a empregabilidade e o dinamismo do segmento de TI se mantiveram”, destaca Ruben Delgado, Presidente da Softex.
O estudo identificou que 95% das empresas desse setor são micro ou pequenas, mas que as companhias de grande porte são as que mais empregam formalmente, respondendo por 55% da força de trabalho contra 34% das micro e pequenas, que respondem por 139 mil vínculos. Além das ocupações de TI, como analistas de sistemas e técnicos de programação, as áreas administrativas, de marketing e vendas são as que mais empregam profissionais.
Outro dado interessante é que os 415.166 profissionais empregados na área representam apenas 2,5% do total de empregados no setor de serviços, o que mostra espaço para sua ampliação. Esse fato, aliado à resiliência do setor, aponta para a importância de políticas públicas que visem impulsionar iniciativas de TI, tanto do ponto de vista da geração de empregos como do desenvolvimento empresarial e do ecossistema como um todo.
Para Paulo Alvim, secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), “radiografias como essa apontam a importância da contribuição do setor de TI para a economia brasileira – tanto como gerador de empregos como de receitas – confirmando o acerto do Governo Federal em priorizar a tecnologia da informação quando da construção das políticas públicas”.
Em relação à participação da TI nas exportações de serviços no Brasil, dados do Ministério da Economia apontam que em 2017 o setor exportou pouco mais de US$ 2 bilhões, o equivalente a 7,05% do total de serviços exportados pelo país no ano. E em relação a todos os serviços empresariais e de produção exportados, TI contribuiu com 17%.
“O estudo evidencia o vigor da Tecnologia de Informação e por isso há espaço para continuar crescendo. Investir nele desponta como alternativa à estagnação econômica. Assim, consolidar o setor de TI constitui, na verdade, uma estratégia para o desenvolvimento do Brasil”, complementa Ruben Delgado.
Fonte: Ecommerce News.