Google, Alibaba e outras gigantes de tecnologia podem ser forçadas a compartilhar os dados de clientes de seus serviços financeiros com bancos e fintechs para evitar concorrência desleal.
Enquanto o plano do Facebook para sua “stablecoin” libra é examinado, um corpo global de reguladores dos principais centros financeiros do mundo disse que os crescentes tentáculos das gigantes de tecnologia levantaram questões sobre estabilidade financeira, concorrência e privacidade de dados.
O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) pediu em um relatório divulgado no domingo um “monitoramento vigilante” da transição das empresas para o setor de serviços financeiros, o que, segundo o documento, poderá prejudicar a capacidade dos bancos de gerar capital por meio de lucros retidos.
Embora ainda sejam apenas emergentes na maioria dos países, as gigantes de tecnologia em locais como a China levaram serviços financeiros ao alcance de comunidades carentes, afirma o relatório do FSB, que é liderado pelo membro do Federal Reserve, Randal Quarles.
O FSB disse que empresas como Microsoft, Amazon, eBay, Baidu, Apple, Facebook e Tencent, possuem grandes bancos de dados, enquanto algumas empresas já oferecem gestão de ativos, pagamentos e empréstimos.
Muitas empresas de tecnologia, como Amazon, Facebook, eBay, Alipay e Google, adquiriram licenças relacionadas a pagamentos em países da União Europeia, incluindo Luxemburgo, Irlanda e Lituânia, embora a maioria ainda não tenha acumulado grandes volumes.
Bancos na Europa e em outros lugares já precisam compartilhar dados de clientes com fintechs que desejam oferecer serviços de pagamentos rivais, e isso também pode ser o caso das gigantes de tecnologia, disse o FSB.
“A capacidade das grandes empresas de tecnologia de alavancar dados de clientes levanta a questão de saber se – e até que ponto – as autoridades poderiam considerar o potencial de promover a mobilidade de dados entre os vários atores envolvidos na provisão de serviços financeiros”, disse o FSB.
“Fazer isso pode ajudar a incentivar a concorrência e garantir condições equitativas entre os participantes do mercado.”