Orando no digital: igreja brasileira organiza culto no metaverso e pede dízimo por QR Code

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Reconhecida algumas vezes pelo pioneirismo em plataformas digitais, a Igreja Batista da Lagoinha é a primeira denominação religiosa do Brasil com representação no metaverso.


Chamada de LagoVerso, os cultos digitais reúnem os avatares dos fiéis incentivados a usarem hashtags (#eudecidoporjesus) para propagar a palavra de Deus e o tradicional dízimo também foi adaptado usando um recurso do mundo digital. A contribuição pode ser feita via QR Code.

Fundada em Belo Horizonte, em 1952, e liderada pelo pastor Márcio Valadão, a Igreja Batista da Lagoinha tem mais de 700 templos no Brasil e agora tenta firmar sua posição também no metaverso. O projeto para transportar a igreja a este novo ambiente digital foi idealizado por um ministério da Igreja, LagoPlay, focado em desenvolver games com temática religiosa.

O primeiro culto virtual foi realizado em abril e contou com a participação de 150 pessoas, representadas por seus avatares. Para participar dos encontros é necessário o uso de um computador e de óculos de realidade virtual.

Os fiéis também precisam instalar o AltSpaceVR, por ele será feita a criação de avatares, adição do código da atividade do dia na plataforma e a entrada no metaverso para acessar a versão da Lagoinha para o metaverso. O espaço digital que abria os fieis é uma representação da igreja lagoinha Orlando Church, localizada cidade de Orlando (EUA).

Segundo o Pastor André Valadão, que realiza cultos na igreja no metaverso, é responsabilidade da igreja levar a palavra de Jesus onde houver pessoas. O último encontro reuniu entre 9 e 16 pessoas. Um dos presentes foi o gestor de tráfego Bruno Lopes de 34 anos. Residente de Balneário Camboriú (SC), Lopes diz que a entrada no metaverso vai fazer com que a igreja impacte mais pessoas.

Em meio a satisfação por essa nova fase das igrejas há o temor de alguns por questões que figuram com frequência em relação à discussão do impacto do digital no mundo real. O pastor Giba Leite, em um discurso postado no canal do Youtube da Igreja, alerta que a entrada da igreja no ambiente imersivo é inevitável para que a entidade possa divulgar a palavra de Deus, mas também observa os riscos sobre a perda do contato com a realidade e o descontentamento dos fieis com suas vidas fora das telas.

Cultos realizados no mundo digital não é uma exclusividade do Brasil. O caso mais conhecido é norte-americana VR Church, fundada em 2016, que vai bem além da pregação. Até mesmo batismos já foram realizados de maneira remota.

Assim como André Valadão no Brasil, o fundador da VR Church, o pastor D.J. Soto, viu no meio da interação da realidade virtual um terreno fértil para levar a mensagem de Jesus adiante.

Os apoiadores dos cultos no metaverso defendem que essa pode ser uma grande oportunidade para conhecer novas pessoas e se envolver em questões sobre fé. Conversas que tendem a ser mais transparentes, quando comparadas ao mesmo processo só que no local físico, já que o ambiente online cria uma sensação de anonimato.  ​​

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