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Quando países do Sul Global fecharam um histórico acordo de cooperação técnica há 40 anos, a tecnologia digital era algo do futuro, mas nações em desenvolvimento avançaram um longo caminho desde então. A China, por exemplo, conseguiu enviar um veículo de exploração para o lado escuro da Lua, enquanto a Índia tem um satélite orbitando Marte.
Uma nova ferramenta digital lançada na terça-feira (19), pouco antes da Segunda Conferência de Alto Nível da ONU para Cooperação Sul-Sul, busca fortalecer o compartilhamento de tecnologias em benefício dos países em desenvolvimento.
Quando países do Sul Global fecharam um histórico acordo de cooperação técnica há 40 anos, a tecnologia digital era algo do futuro, mas nações em desenvolvimento avançaram um longo caminho desde então.
A China, por exemplo, conseguiu enviar um veículo de exploração para o lado escuro da Lua, enquanto a Índia tem um satélite orbitando Marte. Uma nova ferramenta digital lançada na terça-feira (19), pouco antes da Segunda Conferência de Alto Nível da ONU para Cooperação Sul-Sul, busca fortalecer o compartilhamento de tecnologias em benefício dos países em desenvolvimento.
A “South-South Galaxy” (Galáxia Sul-Sul) é uma plataforma global de compartilhamento de conhecimentos e parcerias, lançada oficialmente na cidade-sede da conferência “BAPA+40” – a capital argentina, Buenos Aires – pelo Escritório da ONU para Cooperação Sul-Sul (UNOSSC).
O projeto tem objetivo de dar apoio sistemático e eficaz a países do Sul Global para que consigam se conectar, aprender e colaborar com possíveis parceiros no mundo digital.
“O projeto Galaxy irá colocar em um único espaço digital todas as grandes experiências da Cooperação Sul-Sul”, disse Jorge Chediek, enviado especial do secretário-geral e diretor do UNOSSC, em entrevista ao UN News. “Estamos falando dos melhores casos, das melhores oportunidades para estabelecer contatos e parcerias”, acrescentou.
O projeto, lançado às vésperas da conferência, busca unir plataformas existentes desenvolvidas por agências da ONU e seus parceiros, permitindo que todos do campo de Cooperação Sul-Sul acessem e naveguem uma ampla variedade de iniciativas para conhecimento, soluções, pesquisas e desenvolvimento.
“Estou ansioso para transformar (a plataforma) em um banco de dados vivo. A chave é ter um forte compromisso institucional de muitos parceiros e desenvolvê-la de uma maneira que se torne elemento útil, na qual usuários possam encontrar o que precisam para construir uma realidade melhor em seus países”, explicou Chediek.
Para o enviado especial, a tecnologia se tornou essencial para países em desenvolvimento. “Tradicionalmente, os países do Sul eram os destinatários das tecnologias. As tecnologias produtivas, as tecnologias de informação, eram geradas no Norte”, disse Chediek.
“Atualmente, estes países estão criando novas tecnologias e desenvolveram novos modelos de como usá-las em benefício de suas sociedades. Neste contexto, a Cooperação Sul-Sul se torna muito importante para outros países em desenvolvimento aprenderem e tirarem vantagem destas novas ferramentas”.
O enviado destacou durante o evento o fato de que 1978, quando o Plano de Ação de Buenos Aires foi adotado para promover a cooperação técnica entre países em desenvolvimento, não havia noção de qual tecnologia iria realmente representar o século 21.
“Quem diria que após 40 anos iríamos nos encontrar em Buenos Aires e que a China conseguiria enviar um veículo de exploração para o lado escuro da Lua e a Índia teria um satélite orbitando Marte”, disse Chediek.
O UNOSSC também lançou na terça-feira o novo relatório “Cooperação Sul-Sul em um Mundo Digital”, que explora e analisa perspectivas e tendências de desenvolvimento que afetam indústrias digitais no Sul Global.
Uruguai elogia oportunidades digitais
O presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez, ecoou as palavras do enviado especial dizendo que o mundo está passando por uma série de mudanças tecnológicas, mudando o paradigma de desenvolvimento.
“A economia como concebemos até agora tem uma nova disciplina: a economia digital, que está avançando em saltos. Se olharmos de perto o mercado de big data de 2011 a 2017, ele multiplicou em cinco vezes, e é estimado que nos próximos anos irá triplicar”, disse.
“A imensa quantidade de dados disponíveis, a habilidade de processá-los e transmiti-los, abre uma ampla gama de oportunidades de desenvolvimento. No entanto, o desafio é para que estas mudanças beneficiem o maior número de habitantes do nosso planeta e alcancem toda a população”, acrescentou Vásquez.
Bandeiras hasteadas na BAPA+40
Na terça-feira, a bandeira das Nações Unidas foi hasteada ao lado da bandeira da Argentina no centro de convenções de Buenos Aires, marcando o início formal da BAPA+40. O chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner, esteve ao lado de Jorge Chediek e do ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie, na cerimônia.
“A Cooperação Sul-Sul permite que países alcancem seus objetivos de desenvolvimento e reduzam a pobreza através de assistência mútua e solidariedade. A Conferência irá adotar um mapa crucial para acelerar a implementação de soluções concretas para alcançar a agenda de desenvolvimento sustentável”, disse o chefe do PNUD.
“Não estamos falando de realidades abstratas. Estamos falando de práticas e trocas que são orientadas para melhorar a qualidade de vida”.
Mais de 1 mil participantes e delegações de alto nível de dezenas de países irão debater a importância da Cooperação Sul-Sul como ferramenta para alcançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.