O que a inteligência artificial tem a ver com a prevenção do coronavírus?

Em um mundo altamente tecnológico, inovações em análise de dados podem ajudar a evitar a infecção.


Ao mesmo tempo em que autoridades e entidades médicas correm para barrar a propagação do novo coronavírus, apostando em ações de conscientização, quarentenas, terapias e fomento a pesquisas, pode surgir a questão: em um contexto de força da tecnologia, como soluções inovadoras como a inteligência artificial podem ajudar a evitar a infecção?

Diversas universidades e institutos de pesquisa pelo mundo estão aplicando os chamados processamento de linguagem natural (PNL) e Machine Learning (ML) para processar grandes quantidades de dados não estruturados, em vários idiomas, a fim de identificar e rastrear surtos de mais de 100 doenças diferentes. A análise das informações capacita especialistas em saúde a entender os riscos de doenças infecciosas para tomar atitudes eficazes com rapidez, melhor que despenderem tempo e energia coletando e organizando os dados.

De acordo com a gerente geral de Healthcare da DataRobot (empresa líder em IA e Machine Learning), Colleen Greene, a inteligência artificial consegue prever o número de novos casos potenciais por área e quais populações podem ser mais afetadas. “A tecnologia pode ser utilizada para alertar viajantes e populações vulneráveis para que utilizem máscaras durante a viagem e adotem outras medidas preventivas”, salienta.

A executiva elucida que tais processos também podem antecipar o comportamento de propagação do coronavírus, percebendo como irá se espalhar com base nas condições ambientais, no acesso aos cuidados de saúde e na maneira como será transmitido. Os insights obtidos com inteligência artificial podem ajudar a responder muitas dúvidas sobre a natureza do agente patológico, propiciando um trabalho mais ágil e eficiente dos órgãos de saúde.

As técnicas podem ainda identificar padrões de vírus semelhantes e detectar atributos que devem ser considerados no desenvolvimento de uma nova vacina, oferecendo aos médicos uma probabilidade maior de acertos. “Podemos otimizar a leitura de documentos clínicos e estabelecer conexões com os pacientes que possuem ou não o coronavírus”, explica a representante da DataRobot.

Outra vantagem é que a tecnologia pode identificar rapidamente as opções de tratamento, correlacionar os melhores resultados e orientar os órgãos de saúde no desenvolvimento de diretrizes clínicas para conter surtos e atuar preventivamente.

“A inteligência artificial na saúde é capaz de garantir maior precisão na coleta de dados dos pacientes e nos diagnósticos, além de otimizar o armazenamento de informações e atuar diretamente na prevenção. Certamente é uma tecnologia que poderá auxiliar no controle e prevenção do coronavírus em todo o mundo”, acrescenta Colleen Greene.

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