O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, disse nesta quarta-feira em audiência na Câmara que o presidente Jair Bolsonaro prometeu que irá ajudá-lo a recompor o corte de R$ 565,6 milhões no orçamento da pasta. Segundo o ministro, o corte também surpreendeu o presidente.
— Como eu já coloquei publicamente eu fui pego de surpresa, falei com o presidente sobre isso ontem (12), conversei com ele, ele também foi pego de surpresa. Pedi ajuda para recuperação desses recursos e ele prometeu que vai ajudar – disse o ministro, reforçando também que conversou com a ministra Flávia Arruda, da Secretária de Governo.
— Prometeram que isso aí vai ser restituído. Não é muito (…) não é alto, mas é um recurso essencial – afirmou o ministro.
Na última quinta-feira, a pedido do governo, o Congresso Nacional cortou da pasta R$ 565,6 milhões que iriam para a principal fonte de fomento à pesquisa no país, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Inicialmente, a pasta teria à disposição R$ 655,4 milhões no fundo. Mas 86,3% do valor previsto foi congelado, restando R$ 89,8 milhões. O pedido foi feito pelo Ministério da Economia. A medida ainda não foi sancionada por Bolsonaro.
Um dia depois, em evento em Campinas (SP), Pontes disse que foi “pego de surpresa” pela decisão e quase deixou o cargo ao ser informado do congelamento do recurso.
Pontes disse o corte atinge projetos estratégicos como o Centro Nacional de Vacinas, Centro de Energias Renováveis e Centro de Tecnologia e Desenvolvimento de Pessoas Raras. Ele também pediu a “parceira” ao Congresso para obtenção de verbas para o ministério.
— A gente precisa também da parceira do Congresso. A gente pode ter discordância de partidos diferentes, mas quando se trata de Ciência, Tecnologia e Educação, a gente tem que se juntar — afirmou.
Questionado pelo deputado Ivan Valente (PT-SP) porque não renuncia ao cargo. Pontes disse que não se apega ao cargo, mas é um piloto de combate treinado para cumprir a missão.
— Eu me apego a missão e vou até o final – afirmou.