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Os avanços tecnológicos da última década revolucionaram o mercado global, permitindo o desenvolvimento de negócios criativos graças à chamada inovação disruptiva.
A tendência, com a transformação digital, é que isso se acentue nos próximos anos devido ao aumento da capacidade de processamento dos computadores, à expansão dos dispositivos móveis e ao maior número de aparelhos que poderão ser conectados à web (Internet das Coisas).
Isso amplia a influência disruptiva para novos domínios, possibilitando que mais pessoas de diferentes locais, culturas e vivências possam gerar ideias transformadoras de produtos, serviços e relações.
Quer saber mais sobre as vantagens e impactos da inovação disruptiva? Então continue lendo!
Conceito de inovação disruptiva
Inovação disruptiva é um conceito criado na década de 1990 pelo professor da Harvard Business School, Clayton Christensen. O termo ganhou popularidade em seu livro “O Dilema do Inovador”, de 1997.
Nessa obra, inovação disruptiva tem a ver com o processo em que um serviço ou produto aparece primeiramente em soluções simples na base da pirâmide do mercado, desenvolvendo-se implacavelmente na escala de valor. Eventualmente, ele acaba por impactar e deslocar competidores já estabelecidos.
A inovação disruptiva ocorre quando um novo produto/serviço surge redefinindo os negócios em um segmento ou nicho do mercado que se encontra com defasagem, permanece numa constante sem evolução ou parece irrelevante e até desinteressante. Ela cria novos mercados, encontrando novas categorias de consumidores.
Para isso, o processo de inovação disruptiva pode se aproveitar de tecnologias existentes, explorar soluções antigas de modos diferenciados ou desenvolver modelos de negócios. Até mesmo há chances de combinar dois ou mais desses fatores.
Os seus principais benefícios
Geralmente, a inovação disruptiva altera um mercado, setor ou nicho existente por meio da entrega de um produto/serviço que tenha maior conveniência, simplicidade e acessibilidade. Esse bem, ou solução, costuma ser mais econômico do que as suas alternativas tradicionais, que podem possuir maiores complicações e custos elevados.
Não é incomum também que esse tipo de inovação surja para atender nichos considerados irrelevantes ou mal trabalhados pelos operadores empresariais convencionais. Contudo, na proporção em que cresce, ele é capaz de redefinir completamente um setor de comércio, uma indústria ou uma área de serviços.
Uma inovação disruptiva possibilita a uma população inteira de consumidores obter acesso a soluções, mercadorias e serviços que antes só estavam acessíveis a indivíduos de maior renda ou que possuíam habilidades e conhecimentos específicos.
Além disso, para as empresas que provocam esse processo de disrupção, os resultados podem envolver aumento da competitividade, diminuição de custos e abertura de novas oportunidades de negócios.
Exemplos de inovações disruptivas
Um dos maiores exemplos de inovação disruptiva é o computador portátil pessoal. Antes da invenção dos primeiros PCs, quem dominava o mercado de computação eram os mainframes. Além de caros, era necessário muita experiência em engenharia e tecnologia para operá-los.
No começo, os computadores portáteis não tinham desempenhos satisfatórios para competir com esses equipamentos maiores, porém eles foram evoluindo, sendo aperfeiçoados.
Após alguns anos, tornaram-se capazes de processar informações e executar atividades tal como os mainframes, mas com duas vantagens: eram menores e mais acessíveis. Por conta dessas qualidades, eles dominaram o mercado e abriram portas para o surgimento de inúmeros modelos de empresas que os utilizavam.
Mais recentemente, tivemos outro grande exemplo de inovação disruptiva: a Netflix. O serviço inicial da Netflix era direcionado a um público altamente segmentado, composto de indivíduos que não se importavam em acompanhar conteúdos recém-lançados. Também eram colecionadores de DVDs e não necessariamente tinham interesse em assistir aos chamados blockbusters. Dessa forma, o serviço envolvia a entrega de títulos por correios, o que chegava a demorar dias.
Quando foi lançado o inovador serviço de streaming, amparado pelas novas tecnologias, diferentes perfis de públicos passaram a se interessar e foram atraídos para a Netflix. Isso fez com que a empresa se tornasse uma ameaça à indústria de conteúdo tradicional e às locadoras, já que se se tornou popular.
Principais diferenças entre a inovação disruptiva e a inovação tradicional
Christensen também fez um contraste entre a inovação disruptiva e a inovação mais tradicional do mercado, conhecida como sustentadora. Ela, basicamente, corresponde à melhora de produtos existentes.
Tomadas pelo poder de decisão de consumidores lucrativos, muitas organizações se focam em aperfeiçoamentos de serviços ou produtos com o propósito de fortalecer os seus posicionamentos em seus setores. Muitas vezes, a pressão competitiva impele uma companhia a inserir essas inovações a um ritmo superior ao que os clientes conseguem absorver ou realmente aderem.
Inovações disruptivas não são propriamente avanços tecnológicos que produzem bens e soluções melhores. Elas, na verdade, correspondem a processos inovadores que tornam os produtos e serviços mais baratos e acessíveis, permitindo que se tornem disponíveis para uma população muito maior.
Boas práticas para o controle de riscos da inovação disruptiva
As inovações disruptivas envolvem mudanças e mudanças possuem riscos. Portanto, é necessário achar uma solução para o seu processo de negócios que reduza ameaças ligadas ao tempo requerido para desenvolver uma inovação, à percepção de valor sentida pelos consumidores e ao espaço físico para instalações e equipes.
Todos esses interferem durante o desenvolvimento de uma inovação disruptiva, o que torna necessário utilizar instrumentos de controle e de análise e gerenciamento de riscos. Existem fatores e cuidados que ajudam a aperfeiçoar a inovação disruptiva, tais como:
- Tomar decisões com base em conhecimentos e experiências no gerenciamento de projetos;
- fazer previsões e elaborar um plano que estipule procedimentos que atenuem eventuais consequências negativas caso a inovação fracasse;
- Estabelecer um modelo novo de negócios, o qual deve ser dificilmente seguido ou imitado de modo a dificultar o surgimento ou entrada de concorrentes;
- Usar sempre dados e informações atualizadas, transparentes e seguras para o processo de tomada de decisão.
Além disso, para ter um bom controle de riscos da inovação disruptiva, é importante contar com instrumentos eficientes de monitoração dos processos de negócios. Em ambientes empresariais regulados, é essencial que esses controles se encontrem em conformidade com a legislação.
Outro ponto vital envolve o uso de artefatos de software que apoiem a excelência operacional dos processos de negócio. Com o emprego desses dois fatores, o setor de Tecnologia da Informação (TI) assegura a operação da organização e a sua competitividade sem o seu segmento de atuação.
O profissional de TI na criação de estratégias de inovação disruptiva
O papel do profissional de TI na inovação disruptiva é altamente relevante, já que, atualmente, processos e ideias inovadoras quase sempre andam de mãos dadas com a tecnologia. Desse modo, a equipe de TI corporativa deve apoiar o desenvolvimento de novos produtos e serviços, bem como modelos de negócios disruptivos que visem o crescimento, a competitividade da empresa e a obtenção de um diferencial junto ao mercado.
É preciso derrubar o paradigma de que a TI atua somente nos níveis tático e operacional, pois ela tem grande importância para a companhia na área estratégica. Essa visão arcaica acaba por direcionar grande parcela dos recursos desse departamento para a manutenção dos sistemas organizacionais e conservação da infraestrutura de TI. Esse fator dificilmente gera crescimento para o negócio.
É fundamental também concentrar os recursos de TI para fornecer suporte e para processos de experimentação de novos serviços e produtos do empreendimento. Os projetos que se mostrarem disruptivos, tendo viabilidade e boas chances de implantação, poderão ajudar a empresa a aumentar a sua competitividade e a explorar novas oportunidades.
Em uma estratégia de TI que tenha como foco a inovação disruptiva, o time de programadores, técnicos e analistas de sistemas estarão envolvidos na criação de softwares e projetos experimentais voltados para processos corporativos críticos. Para isso, é necessário introduzir novas metodologias de desenvolvimento de sistemas e técnicas de definição de requisitos de sistemas, além de fomentar conhecimentos de negócios junto ao pessoal de TI.
Quando ocorre a inovação disruptiva no mercado, a tendência é que muitas relações de consumo, dinâmicas empresariais e modelos de negócios se alterem profundamente, gerando oportunidades. Para aproveitá-las, é importante ficar atento às tendências e às novas tecnologias.
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