Governo quer mais eficiência no FGTS e quer criar o projeto FGTS Digital

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Foi publicada na última quarta-feira (29), no Diário Oficial da União, uma resolução que aprovou a criação do Projeto FGTS Digital.


O objetivo é aperfeiçoar a arrecadação, a prestação de informações aos trabalhadores e aos empregadores, a fiscalização, a apuração, o lançamento e a cobrança dos recursos do FGTS.

A Subsecretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério da Economia foi autorizada a elaborar o estudo técnico preliminar para o projeto. E a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério da Economia deverá apresentar até a próxima reunião ordinária do Conselho Curador do FGTS a proposta de orçamento para a contratação do Projeto FGTS Digital.

Ainda segundo a resolução, o “agente Operador deverá disponibilizar à Subsecretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério da Economia, até 14 de junho de 2019, todos os dados e informações requeridos para elaboração do termo de referência, incluindo as especificações para integração da plataforma FGTS Digital com seus sistemas informatizados referentes ao FGTS e à contribuição social”.

Para os especialistas, não fica claro como o Projeto FGTS Digital vai melhorar os pontos propostos, mas de fato, há espaço para melhorias no sistema hoje.

— Há muitos pontos a serem melhorados, em especial o combate a inadimplência. Hoje a fiscalização dos depósitos do empregador ao fundo está muito a cargo dos trabalhadores. E sabemos que se o trabalhador continua na empresa, é difícil que ele entre na Justiça para conseguir seus direitos. Se a falta de pagamento fosse passada a um órgão fiscalizador, ou um sistema fiscalizador eficiente, e o estado coibisse mais, ajudaria o trabalhador — disse Leandro Antunes, professor de Direito do Trabalho do Ibmec/RJ.

Outra questão apontada seria reduzir os custos com a gestão do fundo.

— Eu vi a criação do FGTS Digital como uma medida positiva. É preciso digitalizar e tornar mais eficiente os sistemas de gestão usados. Hoje, a gestora do fundo, a Caixa Econômica Federal, gasta bilhões para gerir o fundo. O que resulta em menor rentabilidade para o trabalhador — disse Mario Avelino, presidente do Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador.

Veja o valor remunerado a Caixa anualmente para gerir o FGTS:

Despesas com a taxa de administração do fundo

ANO               VALOR

2009               R$ 2.155.631.000,00

2010               R$ 2.416.832.000,00

2011               R$ 3.066.375.000,00

2012               R$ 3.091.302.000,00

2013               R$ 3.464.380.000,00

2014               R$ 3.903.229.000,00

2015               R$ 4.395.710.000,00

2016               R$ 4.851.638.000,00

2017               R$ 4.937.224.000,00

TOTAL             R$ 32.282.321.000,00

Fonte: Demonstrativo Financeiro do Fundo de Garantia, publicado pela Caixa Econômica Federal.

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