Nascidos na era da Internet, a geração Z chegou, chegando

Quem nasceu a partir do ano 2000 é deste século, é deste milênio. Significa dizer que todas as pessoas que nasceram antes do ano 2000, além de serem do século passado, são do milênio passado. Nesta lógica, a geração Z nasceu com o crescimento da internet e experimenta desde pequena as diferentes tecnologias.


É uma geração multitela que se caracteriza por zapear os vários aparelhos, como televisão, internet, videogames e smartphones. Esta geração é touch (tudo é um toque e com as pontas dos dedos), é considerada nativa digital por trocar facilmente o papel por um equipamento. É um outro penso, é um pensamento digital!

E para dialogar com a geração deste milênio é necessário compreender o pensamento digital que é distinto do pensamento analógico.

pensamento analógico é continuísta ou concatenado, baseado na lógica cartesiana (o quê, por quê, para quê, como, onde e quando) ou nas experiências vividas. E o pensamento digital se caracteriza por micro ideias encapsuladascomo unidades independentes de pensamento que não têm, necessariamente, nenhum tipo de relação com outras ideias presentes no mesmo campo de ação. É resultante da mistura entre o real e o virtual.

O pensamento digital é organizado por outra lógica. Segue a lógica do Google (dou um Google e busco a informação quando preciso). Esta prática faz com que as pessoas deste milênio tenham dependência da informação, significa dizer que a informação não está na memória individual, mas arquivada em alguma memória digital.

A geração Z recebe dados por diversas mídias (Whatsapp, Facebook, Snapchat…) e, com isso, tem muita informação desordenada (tem muita informação e pouco conhecimento prático).

Como o tempo voa para esta geração que está sempre conectada e como há muitas mensagens a serem respondidas, predomina a lei da economia das palavras, fazendo com que as palavras ganhem um código próprio, que só a tribo da geração Z conhece.

Por ser uma geração digital, todos os tipos de informação passam pela timeline destas crianças e/ou adolescente, e esta gama de informação desordenada disputa lugar com orientações de suas famílias e interfere nos sistemas de crenças, nos valores desta geração e aí se insere o início de um dilema. A tecnologia disputa espaço com a educação dos pais e da escola.

Exemplificando: imaginem uma situação de agressão física entre colegas de sala de aula. Os pais são avisados pela coordenação da escola e conversam com os filhos, dizendo o que é certo e errado, orientando os filhos por alguns minutos e imaginando que o assunto está encerrado.

No restante do dia, o debate sobre a briga estará nos grupos de Whats da escola e poderá estar acompanhado de imagens ou vídeos e seguido com muitos comentários, recheados de juízo de valor (de quem estava certo ou errado).

Temos que entender que esta geração conectada neste mundo digital sofre um bullying permanente, que acompanha a pessoa para dentro de sua casa, para dentro de seu quarto. Esta geração procura alento com os seus influenciadores, os Youtubers que dão dicas de como lidar com cada um dos problemas práticos da vida. Estes influenciadores dizem o que se deve fazer em cada situação, de acordo com o seu sistema de crenças.

A geração Z está se tornando um objeto deste mundo, ficando a mercê da internet. Por isso, é vital o debate e uma ação que envolva pais, educadores e toda a sociedade na construção de uma geração que seja sujeito.

Por Elis Radmann

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