A criptomoeda Libra, desenvolvida pelo Facebook e outras grandes corporações, pode não chegar na Europa se depender das vontades do governo da França.
O ministro da economia do país, Bruno Le Maire, disse em uma conferência nesta semana que pretende banir o uso do ativo digital no continente. O principal motivo para o descontentamento com a criptomoeda do Facebook seriam as preocupações envolvidas no lançamento do serviço, que pretende ser um dinheiro global de fácil acesso, com uma carteira digital que pode ser vinculada ao Messenger ou WhatsApp.
De acordo com o político, a moeda digital poderia ser utilizada para fins ilícitos, como lavagem de dinheiro e financiamento de grupos terroristas. “Quero dizer isso com muita clareza: nessas condições, não podemos autorizar o desenvolvimento da Libra em solo europeu”.
A CNBC aponta que o ministro francês pretende conversar com as autoridades do Banco Central Europeu para lançar uma “moeda digital pública”. O novo ativo permitia que os países do continente tivessem o controle da plataforma, enquanto a Libra é gerenciada por empresas como Facebook, Uber e PayPal.
Libra Association se defende
A organização sem fins lucrativos que cuida do ativo, a Libra Association, respondeu às declarações do ministro da França dizendo que está trabalhando para regularizar o serviço antes do lançamento, que está previsto para 2020.
“A Libra Association e seus membros estão comprometidos em trabalhar com as autoridades reguladoras para alcançar uma implementação segura, transparente e focada no consumidor do projeto Libra”, disse Dante Disparte, porta-voz da iniciativa. “Reconhecemos que o blockchain é uma tecnologia emergente e que os políticos devem considerar cuidadosamente como seus aplicativos se encaixam no sistema financeiro”.
A França não é o único país que tem criticado a iniciativa do Facebook, que sofre desconfiança até mesmo nos Estados Unidos. Atualmente, a Libra está em processo de análise na Suiça, país que será sede da organização responsável pela criptomoeda.