Segundo autoridades chinesas, FedEx redirecionou encomendas de forma ilícita, que a empresa de logística alegou ser um “erro operacional”.
As autoridades chinesas suspeitaram de tal ato e iniciaram uma investigação sobre o assunto. Agora, de acordo com as informações vindas da imprensa local, os departamentos de estado chineses descobriram que a declaração anterior da FedEx sobre o incidente era inconsistente com os fatos, mas não revelaram mais detalhes sobre o assunto.
No entanto, a informação revela ainda que os reguladores descobriram que a FedEx havia retido mais de 100 remessas relacionadas à Huawei. Isto veio à luz como resultado de uma investigação conduzida pelas autoridades chinesas. De acordo com a Xinhua, os departamentos de estado relevantes manterão os princípios de “abrangência, objetividade e imparcialidade e continuarão a realizar uma investigação profunda de acordo com as leis”.
A FedEx divulgou uma declaração em relação ao novo desenvolvimento e disse:
“Nós estamos e continuaremos a cooperar plenamente com as autoridades chinesas na investigação e estamos comprometidos com o cumprimento integral de todas as leis e regulamentos aplicáveis. Essas remessas em questão foram tratadas enquanto tentávamos cumprir a ordem do Departamento de Comércio dos EUA, que não era clara e resultou numa considerável complexidade para as nossas operações. ”
Esta questão tornou-se significativa numa época em que duas das maiores economias do mundo se viam envolvidas numa guerra comercial, que escalou quando os EUA baniram a gigante chinesa Huawei alegando riscos para a segurança nacional sem fornecer qualquer prova quesque sustentasse a alegação. Há um par de meses, em maio, a Huawei acusou a FedEx de desviar pacotes para os EUA sem autorização, onde se incluem dois que a companhia chinesa havia enviado do Japão para os seus escritórios no continente.
A Huawei também salienta que a FedEx tentou desviar mais dois pacotes para os EUA que foram enviados do Vietname e destinados aos escritórios da empresa chinesa em Hong Kong e Singapura. Os incidentes levaram a Huawei a rever os seus requisitos de logística e entrega de documentos.
Na altura, a FedEx negou o incidente, mas a empresa posteriormente pediu desculpas pelo redirecionamento não autorizado de pacotes, acrescentando que “não havia interesses externos” envolvidos no envio de documentos para os EUA. Alguns dias depois, no início de junho de 2019, a China anunciou que iniciou uma investigação sobre o incidente e logo algumas semanas depois disso, a FedEx assumiu outra entrega perdida devido a um “erro operacional” do Reino Unido para os EUA.
Após esses problemas com a FedEx, a gigante chinesa Huawei entrou numa aliança estratégica com o gigante estatal chinês de logística China Post. No mês passado, a FedEx processou o governo dos EUA alegando que não deveria ser responsabilizada pois estavam a cumprir orientações do executivo de Trump.