Facebook está perto de ter óculos de Realidade Aumentada que leem atividade cerebral

No seguimento dessa investida, Facebook deu a conhecer que está perto de concluir seus óculos de Realidade Aumentada que conseguirão “descodificar” a atividade cerebral do utilizador.


O investimento por parte do Facebook na Realidade Aumentada e Realidade Virtual tem sido considerável, especialmente depois da aquisição da Oculus. No seguimento dessa investida, o Facebook deu a conhecer que está perto de concluir os seus óculos de Realidade Aumentada que conseguirão “descodificar” a atividade cerebral do utilizador.

Assim sendo, este dispositivo poderá ser controlado pela mente do utilizador. Será que este novo produto do Facebook será o início de uma revolução de como interagimos com a tecnologia? De que forma esta se molda ao mundo em redor do utilizador?

O Facebook, e a sua empresa Oculus, têm trabalhado há imenso tempo nesta tecnologia. Desde 2017 que alguns dos executivos da empresa garantiam desenvolvimentos neste segmento para breve, e tal parece estar agora muito perto.

“The promise is there, we do think it will be possible.”

| Mark Chevillet

O principal objetivo da Oculus é, com as descobertas e desenvolvimentos das suas investigações, conseguir criar uns óculos de Realidade Aumentada que sejam usados pelo utilizador através da mente. Ou seja, o utilizador não teria de recorrer a voz ou outro tipo de comandos para interagir com o terminal.

A investigação realizada pela Universidade da Califórnia em São Francisco, em conjunto com o Facebook Reality Labs, foi publicada recentemente na prestigiada revista Nature Communications. A grande inovação está na interface cérebro-computador criada que permite “descodificar” diálogos proferidos pelo locutor através dos sinais nervosos da sua atividade cerebral. Ainda mais impressionante, tudo isto é realizado em tempo real e usando radiação infravermelha (método não invasivo).

Do ponto de vista medicinal, esta descoberta será muito interessante para restaurar a capacidade de comunicação a pessoas que pura e simplesmente perderam a capacidade de falar. Não obstante, para o Facebook o principal objetivo é construir os óculos de Realidade Aumentada controlados pela mente. Os resultados alcançados pela investigação serão cruciais para determinar as especificações deste gadget de Realidade Aumentada.

Inteligência Artificial ajuda a dar contexto às interpretações

Para melhorar as interpretações desta interface cérebro-computador e desenvolver contexto, foram usados algoritmos de Inteligência Artificial. Estes algoritmos são particularmente importantes para determinar se o locutor está a ouvir ou a falar. Caso esteja a falar, a sua missão será então “descodificar” o seu discurso através da atividade cerebral.

O contexto analisado por estes algoritmos é importante para calcular quais as palavras mais prováveis de ser usadas numa resposta a uma determinada pergunta. Por exemplo, em palavras parónimas este contexto será de extrema importância para conseguir interpretar corretamente as palavras que o cérebro processou.

As melhorias trazidas por este contexto adicionado à interface permitem que 76% das frases ouvidas sejam “descodificadas” com exatidão, ao passo que 61% das frases proferidas são corretamente detetadas pelo sistema. São resultados muito positivos tendo em conta o potencial de progressão da tecnologia e o facto de recorrer a um método não invasivo.

Contudo, o Facebook não é a única empresa a trabalhar em soluções neste campo de estudo. A Neuralink de Elon Musk está a realizar investigações no mesmo âmbito. Estaremos perante uma corrida entre duas empresas para ver qual será a primeira a implantar interfaces cérebro-computador em humanos?

João Pedro:
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