EUA alerta Brasil sobre vulnerabilidades dos equipamentos de 5G da Huawei

Governo Americano compartilhou informações sigilosas com representantes do Governo Brasileiro sobre possíveis vulnerabilidades nas redes 5G que podem afetar segurança do país.


Nesta sexta-feira (2), em entrevista para a revista Valor Econômico, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, revelou que o governo americano compartilhou informações sigilosas com representantes do governo brasileiro sobre possíveis vulnerabilidades nas redes 5G que podem afetar a segurança do país.

De acordo com Ross, essa é uma posição que os Estados Unidos têm tomado com todos os seus aliados, pois é importante que eles saibam que, ao mesmo tempo que garantir a interconectividade de todos os equipamentos de um país pode ajudar no progresso, a tecnologia também cria vulnerabilidades, e é necessário estar ciente dos riscos que isso pode provocar.

A advertência ocorre menos de dois meses depois da viagem do vice-presidente brasileiro, o general Hamilton Mourão, à China, de onde ele retornou garantindo que o Brasil não faria nenhum veto ao uso de tecnologia da Huawei na estrutura de rede 5G do país.

Desde o ano passado, Estados Unidos e China disputam uma guerra fiscal que se iniciou com a uma campanha de difamação do país à Huawei, empresa que os Estados Unidos tem continuamente acusado de espionar as comunicações do país para o governo chinês, mas até o momento não forneceu provas.

Ainda que não exista nenhuma declaração do governo provando o verdadeiro motivo da à empresa chinesa, analistas acreditam que o que está por trás dessa campanha de difamação é a soberania do mercado de 5G. Isso porque, quando da transição para o 4G, foram as empresas americanas que lideraram a corrida tecnológica, o que alavancou a economia do país durante toda a última década. Atualmente é a chinesa Huawei que possui a melhor e mais barata tecnologia para a implantação de redes 5G – e, como esse mercado será ainda mais valioso do que a do 4G, o domínio da Huawei poderia ser o “empurrãozinho” que fará com que a China finalmente ultrapasse os Estados Unidos e se torne oficialmente a maior economia do mundo.

Além de revelar sobre a advertência que fez ao governo brasileiro sobre as redes 5G, Ross aproveitou a entrevista para baixar as expectativas de que um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e os Estados Unidos estava próximo de ser finalizado, e que apesar do que ele chama de “boa química” entre os presidentes do Brasil e dos EUA, o assunto é complexo demais para ser resolvido em uma visita de apenas alguns dias.

João Pedro:
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