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A equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro vê com bons olhos o novo capítulo da “guerra das maquininhas”, com redução de taxas e prazo de antecipação de recebíveis.
Apesar da reação positiva, Brasília acompanha de perto os últimos desdobramentos. A estratégia é a de deixar o próprio mercado se adaptar.
Mas ressalta que deve-se evitar que a concorrência migre para um campo predatório e ameace a sobrevivência dos pequenos e novos entrantes.
Um exemplo dessa vigilância foi dada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que já questionou a Rede, do Itaú Unibanco, sobre a ofensiva comercial, anunciada na semana passada.
Vai fundo.
Um dos aspectos positivos das disputa entre as maquininhas é o entendimento de que será uma forma de emplacar uma das metas do Banco Central desde a época de Ilan Goldfajn: reduzir o prazo de pagamento aos lojistas. No mundo inteiro, a prática é de dois dias (D+2) e não após um mês (D+30) como ocorre por aqui.
Buuu! Passado o susto com o anúncio da Rede, que isentou a antecipação de recebíveis para comerciantes com faturamento até R$ 30 milhões por ano e com conta no Itaú, cresce a leitura entre os concorrentes de que as coisas vão se ajustar.
Uma possibilidade para compensar a antecipação em menos dias é o encarecimento das taxas cobradas no crédito à vista que, a despeito da guerra, continuam sendo cobradas normalmente.
Na Rede, a mínima é de 2,64% para o pagamento em dois dias, mas pode superar 5% em alguns contratos.
A Getnet do Santander também fez algumas mudanças. Cortou a taxa dos cartões de débito e crédito à vista para 2% com pagamento em até dois dias.
Pago quanto?
O acirramento na ‘guerra das maquininhas’ chamou a atenção até de um gigante de fast food. Preocupada com a situação, procurou a dona de sua maquininha para saber se estava pagando caro ao aceitar os cartões.
As grandes empresas, contudo, têm taxas mais atrativas por conta da quantidade e volume financeiro. Nesse caso, a respostava mostrou que a empresa pagava bem menos que as taxas oferecidas aos pequenos.
Letras miúdas.
A PagSeguro, do Uol, também fez um contra-ataque. Ofereceu o pagamento instantâneo, mas que exige uma leitura atenta por parte dos varejistas das condições comerciais na ‘letras miúdas’.
Essa reação beneficia casos específicos e não engloba, por exemplo, o e-commerce. Procurado, o BC informou que “não comenta movimentos específicos de entes regulados”.