Aprenda a escolher um computador para dar de presente de natal

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Smartphones, tablets e outros dispositivos móveis estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas. Mas isso não quer dizer que o PC ficou para trás: para muita gente, este tipo de equipamento ainda é bastante relevante.


O problema é que a escolha de um PC não é uma tarefa trivial: será que vale a pena fazer upgradeno meu computador ou comprar um novo? É melhor adquirir um PC de “marca” ou um desktop montado em uma loja? Quais componentes de hardware devo escolher? Este texto foi criado para sanar estas e outras dúvidas relacionadas.

 

Comprar um novo ou melhorar o computador que eu tenho?

Quando seu computador começa a ficar demasiadamente lento, demora a responder às tarefas mais simples ou até passa a exibir mensagens de erro com certa frequência, o ideal é verificar se não há algum problema de software (um vírus, por exemplo) ou uma falha de hardware (como um superaquecimento). Se nenhum dano for constatado, talvez o equipamento simplesmente não esteja “dando conta” de softwares mais recentes.

Mais aí surge a dúvida: comprar um PC novo ou fazer um upgrade (trocar ou adicionar componentes de maior desempenho) para melhorar o que eu já tenho? Se a máquina tem dois ou três anos de existência, o upgrade deve ser suficiente. Computadores mais antigos, entretanto, podem não ser compatíveis com tecnologias mais recentes e, neste caso, a compra de um PC novo tende a ser a melhor escolha.

Uma maneira de ter certeza é verificando os requisitos de hardware do sistema operacional que você deseja usar ou de um software específico. Geralmente, os desenvolvedores fornecem os requisitos mínimos, que garantem o funcionamento do programa mesmo que com lentidão, e os requisitos mínimos recomendados, que garantem algum grau de performance. É recomendável que estes últimos sejam usados como parâmetro.

Tomemos como exemplo o jogo Need for Speed – Most Wanted, da Electronic Arts. A tabela abaixo mostra os seus requisitos mínimos, os seus requisitos mínimos recomendados e as configurações de dois computadores:

Requisitos mínimos Requisitos recomendados Máquina 1 Máquina 2
Windows Vista 32-bit Windows 7 64-bit Windows 8 64-bit Windows XP
Processador dual core de 2 GHz Processador quad core Processador Core i5 quad core de 3 GHz Processador Pentium 4 HT
2 GB de RAM 4 GB de RAM 2 GB de RAM 1 GB de RAM
Placa de vídeo com 512 MB de memória e suporte a DirectX 10.1 Placa de vídeo com 1 GB de memória e suporte a DirectX 11 Placa de vídeo 9600 GT com 512 MB de memória Placa de vídeo 7600 GS com 256 MB de memória

 

Perceba que a máquina 1 é mais atual e, portanto, um upgrade de memória RAM (de 2 GB para 4 GB) e a troca da placa de vídeo por um modelo mais recente a tornam completamente apta ao jogo.

A máquina 2, por sua vez, é mais antiga e a troca do computador é o procedimento mais indicado, pois o upgrade do processador muito provavelmente implicaria também na mudança da placa-mãe, sendo ainda necessário adquirir mais memória RAM e outra placa de vídeo. Nestas circunstâncias, um computador mais recente é a melhor escolha, já que acrescenta também tecnologias mais atuais.

O “truque”, portanto, está nisso: compare os requisitos dos softwares que você precisa usar com a configuração da sua máquina. Se poucas mudanças forem necessárias, o upgrade é recomendado; mas se vários componentes se mostrarem obsoletos, considere um PC novo.

Quais componentes escolher?

O bom desempenho de um computador depende da combinação dos componentes que o constituem. De nada adianta ter um processador “poderoso” se o PC tem pouca memória RAM, por exemplo – o fato de 256 MB de RAM terem sido suficientes há alguns anos não significa que serão suficiente hoje. Da mesma forma, não é conveniente colocar um HD cujos discos rodam a 5.400 RPM (rotações por minuto) em um computador atual, já que a CPU poderá não conseguir empreender toda a sua capacidade do processamento caso o acesso aos dados do HD esteja lento.

Assim sendo, a seguir são dadas orientações referentes aos itens mais importantes: processador, placa-mãe, memória RAM, HD, drive de CD/DVD, placa de vídeo, monitores e adicionais.

Processador

Este, sendo o “cérebro” da máquina, é um dos itens que mais influenciam no desempenho. A escolha de um processador deve ser feita observando suas necessidades de uso do computador. Para aplicações básicas, como execução de vídeo e áudio, acesso à internet, jogos leves e programas de escritório, não é necessário adquirir processadores topo de linha. Para estes casos, processadores secundários, de menor custo (e de menor desempenho, consequentemente), são suficientes.

No entanto, se você quer um computador para rodar jogos pesados (que possuem gráficos em 3D) ou para executar outras aplicações exigentes, como softwares para CAD/CAM (produção gráfica), é conveniente cogitar a aquisição de processadores mais “poderosos”, como as linhas Core i3, Core i5 ou Core i7 da Intel, ou Phenom II, Phenom X3 ou Phenom X4 da AMD. Estes processadores são mais rápidos e, naturalmente, mais caros que os de baixo custo. Mesmo assim, independente do modelo de seu interesse, é recomendável se informar sobre suas características para fazer uma boa escolha.

Um detalhe importante: os processadores precisam de coolers (uma espécie de ventilador) para manter a temperatura em uma taxa aceitável para o seu funcionamento. Por isso, certifique-se de que o processador de sua máquina esteja acompanhado de um cooler ou de outro dispositivo apropriado de controle de temperatura.

Placa-Mãe (motherboard)

A placa-mãe é um item de extrema importância, afinal, é a peça que interliga todos os outros dispositivos do computador. A primeira característica a se observar na escolha de uma é o socket, isto é, o tipo de conector do processador. Os processadores, mesmo aqueles que pertencem à mesma família, podem ter a quantidade e a disposição de pinos (aquelas “perninhas” que saem do processador) diferentes, de forma que se faz necessário um tipo de conector (socket) adequado a esta combinação.

Assim, se um processador utiliza o conector conhecido como “Socket AM2+”, da AMD, por exemplo, a placa-mãe deverá ter este encaixe para ser compatível. Daí a importância de sempre verificar este aspecto. Uma forma rápida de se fazer isso é consultando a lista de processadores compatíveis com a placa-mãe.

O passo seguinte é checar os recursos que a placa-mãe oferece, como quantidade de portas USB(pelo menos quatro), de slots para memória RAM (pelo menos duas) ou de entradas PCI Express, por exemplo, além de itens integrados (onboard), como placa de rede ou de áudio.

Em geral, placas-mãe mais econômicas oferecem recursos gráficos onboard, ou seja, integrados ao dispositivo, dispensando o usuário da necessidade de instalar uma placa de vídeo. Note, no entanto, que esta característica pode comprometer o desempenho da máquina, por isso, placas desse tipo são indicadas apenas para computadores destinados a atividades básicas.

Memória RAM

A memória RAM tem significativa influência no desempenho do computador, por isso, não é boa ideia economizar com este item. O ideal é utilizar uma quantidade bastante acima do mínimo recomendado para o sistema operacional.

O Windows 7 e o Windows 8, por exemplo, exigem ao menos 1 GB de memória na versão de 32-bit e 2 GB na versão de 64-bit, mas o recomendável é contar com, no mínimo, 4 GB de RAM.

Quanto ao tipo de memória, prefira sempre os padrões mais comuns. Evite o uso de tecnologias difíceis de serem encontradas porque, nestes casos, os valores das memórias e da placa-mãe aumentam consideravelmente. Na data de atualização deste texto, o tipo mais comum eram as memórias DDR3, ainda sendo possível encontrar memórias DDR2.

Disco Rígido (HD)

Antigamente, o mercado contava com HDs de capacidade bastante reduzida para os padrões de hoje, como modelos com 1 ou 2 GB (gigabytes). Hoje, é comum encontrar discos rígidos com capacidade de 1 TB (terabyte) ou mais. Para uso doméstico ou em escritório, há períodos em que uma determinada capacidade está “na moda”, ou seja, é padrão de mercado. Prefira estes, pois seus preços costumam proporcionar boa relação custo-benefício. Na última atualização deste texto, a capacidade padrão era de 1 TB, não sendo difícil encontrar modelos com até 4 TB.

Na escolha de um HD, deve-se considerar não só a capacidade, mas também a velocidade de rotação dos discos, que é medida em RPM (rotações por minuto): prefira unidades com pelo menos 7.200 RPM (bastante comuns no mercado).

Observe também a interface de comunicação. O padrão de mercado, atualmente, são os discos SATA (Serial Advanced Technology Attachment), que substituíram os HDs IDE (PATA – Parallel Advanced Technology Attachment). É possível encontrar também unidades SCSI (Small Computer System Interface), mas estas são mais indicadas para servidores e outros computadores de alto desempenho.

Também é possível recorrer às unidades SSD. Elas são vistas como potenciais substitutas dos HDs por serem muito mais rápidas na transferências de dados e por ocuparem menos espaço físico. O problema é que os custos por gigabyte destes dispositivos são consideravelmente mais altos, razão pela qual o seu uso é mais comumente direcionado a computadores portáteis ou de maior desempenho.

 

Drive de CD/DVD ou Blu-ray

Este é um item que não é fundamental ao funcionamento do computador, com a sua instalação aplicável apenas para fins de praticidade: fica mais fácil instalar o sistema operacional e você pode contar com a possibilidade de assistir a um filme em DVD, por exemplo.

Se preferir, você pode também optar por uma unidade Blu-Ray, tecnologia que possibilita até 25 GB de dados em um único disco e vídeos em alta resolução. Mas, novamente, este item não é essencial: pendrives, HDs externos e serviços nas nuvens podem substituir as mídias ópticas a contento.

Monitores de vídeo

Anos atrás, o tipo mais comum de monitor era o pesado e espaçoso CRT (Cathode Ray Tube). Hoje, a tecnologia LCD (Liquid Crystal Display) e semelhantes são praticamente unanimidade, afinal, monitores do tipo são mais leves, ocupam menos espaço físico e oferecem, em boa parte dos casos, excelente qualidade de imagem.

Como a tecnologia LCD é bastante popular, seus preços também costumam ser vantajosos. Assim, hoje é possível pagar por modelos maiores o que se pagava por monitores de 15 ou 17 polegadas cerca de dois anos atrás. Por isso, atualmente é recomendável ter um monitor que disponha, no mínimo, de tela com 20 polegadas e que seja widescreen, isto é, mais “largo”.

Na escolha de um monitor LCD, também é importante verificar quais conexões de vídeo o equipamento oferece. O ideal é contar com DVI, pelo menos. Para os padrões atuais, conexão HDMI também é um diferencial.

Placa de Vídeo

A placa de vídeo é o item responsável por gerar as imagens que aparecem em seu monitor. O problema é que existem tantos modelos disponíveis que acaba sendo difícil escolher um.

A placa de vídeo precisa de memória RAM própria, principalmente quando trabalha com imagens em 3D. Quanto mais memória, melhor, no entanto, nem sempre vale a pena pagar pelos modelos que oferecem esse item em grande quantidade. Estes são bem mais caros (já que placas de vídeo com grande capacidade de memória geralmente contam com chips gráficos de última geração), chegando a ter o mesmo preço de um computador de baixo custo e, por essa razão, são indicados para usuários que desejam rodar jogos pesados ou outros softwares exigentes.

As placas de vídeo atuais trabalham com o slot PCI-Express, portanto, tome cuidado para não escolher um modelo que utilize um padrão ultrapassado, como o AGP. É importante checar também o chip gráfico utilizado pela placa: pesquise pelo modelo em sites de busca ou fóruns para encontrar referências que indicam quais as suas vantagens e desvantagens. Vale frisar que os chips gráficos mais procurados do mercado são fabricados pela NVIDIA e pela AMD (antiga ATI).

Avalie o que você precisa em seu PC para escolher o modelo que mais se encaixa em suas necessidades, isto é, se uma placa de vídeo topo de linha ou um modelo intermediário. Outra característica importante a se observar é o conector de vídeo: para os padrões de hoje, prefira placas com conectores DVI ou HDMI.

Fonte de alimentação

A fonte de alimentação é outro item de bastante importância: é ela que distribui energia para todos os componentes da máquina. Alguns consomem menos eletricidade, como a memória RAM, mas outras são mais exigentes neste aspecto, como as placas de vídeo. Por isso, procure por fontes de qualidade reconhecida e certifique-se de que o modelo que te interessa é capaz de alimentar devidamente o seu computador.

Computador de “marca” ou montado?

É comum encontrar no mercado computadores fabricados por empresas conceituadas, como HP, Lenovo, Semp Toshiba e Dell. Muitos se perguntam se vale a pena adquirir computadores destas marcas ou se é melhor comprar máquinas montadas em lojas ou por técnicos que oferecem este serviço.

Os desktops de marcas conceituadas são projetados por engenheiros especializados, que combinam as peças do computador de forma que este obtenha o máximo de desempenho aliado a um custo aceitável. Assim, geralmente não é preciso se preocupar com aquecimento do processador, por exemplo, já que o interior do computador é devidamente ventilado. Por causa destas características, estas máquinas tendem a ter menos problemas do que os computadores montados indiscriminadamente em lojas. Ainda há o fato de o suporte destas empresas, em geral, ser eficiente.

Por outro lado, o usuário nem sempre pode definir uma configuração desejável e acaba tendo que aceitar uma combinação pré-determinada pelo fabricante. Além disso, muitos destes computadores são obrigatoriamente acompanhados do Windows. Acontece que há usuários que preferem comprar um PC sem sistema operacional para instalar Linux, por exemplo.

Outro fator a se considerar é o preço. O custo dos computadores de marca antigamente era muito mais elevado do que os desktops montados em loja, mas incentivos fiscais no Brasil e melhor entendimento do mercado local por parte dos fabricantes fizeram com que os preços destes equipamentos caíssem muito. Assim, talvez valha a pena comprar um PC “de marca” se você quiser aproveitar estas vantagens.

Em um passado não muito distante, os computadores “de marca” eram mal vistos porque só aceitavam componentes de determinados fabricantes, o que dificultava um upgrade ou um reparo. Isso raramente acontece hoje em dia, razão pela qual máquinas do tipo podem realmente ser interessantes.

Mas, se você é do tipo que prefere personalizar o seu computador em todos os detalhes e quer gastar considerando ao máximo a relação custo-benefício, os computadores de lojas podem ser a melhor opção, pois muitas permitem que o cliente escolha as peças, não obrigam a compra de um determinado sistema operacional e geralmente possuem preços negociáveis.

Porém, deve-se considerar que o risco de haver problemas oriundos de falta de especialização técnica é um pouco maior, assim como é necessário conhecer bem os dispositivos que serão adicionados ao computador para não comprar “gato por lebre”. Para evitar problemas, procure por estabelecimentos ou técnicos recomendados por outros consumidores.

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