Deepfakes de colírios milagrosos ameaçam a saúde ocular, alerta oftalmologista

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Esses produtos podem conter substâncias desconhecidas que prejudicam a visão e a saúde como um todo. Imagem de stockking no Freepik

Golpe simula divulgação de celebridades para promover medicamento sem certificação da Anvisa.


Anúncios enganosos envolvendo deepfakes têm chamado a atenção das autoridades médicas no Brasil. Com o uso de inteligência artificial, criminosos manipulam imagens e vozes de celebridades para promover colírios supostamente “milagrosos” que prometem curar doenças como glaucoma, catarata e até regenerar a visão. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o produto, que não possui registro na Anvisa, é um grave risco à saúde pública.

Vídeos que têm viralizado usam deepfakes de personalidades como Ana Maria Braga, Fábio Júnior, Fátima Bernardes e Cid Moreira. Em uma das publicações falsas, Cid, falecido em outubro de 2024, aparece recomendando “gotas milagrosas” e incentivando o público a clicar em um botão para adquirir o produto sem registro na Anvisa.

O oftalmologista Antônio Sardinha, do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC), alerta para os riscos associados a medicamentos sem prescrição: “Esses produtos podem conter substâncias desconhecidas que prejudicam a visão e a saúde como um todo. Além disso, a manipulação da imagem de figuras públicas gera confiança falsa, especialmente em pessoas mais vulneráveis, como idosos”.

Sardinha ressalta que promessas milagrosas são sempre um sinal de alerta: “Nenhum colírio cura catarata ou regenera a visão, os tratamentos oculares precisam ser prescritos por especialistas e baseados em evidências científicas. Usar medicamentos sem certificação pode agravar doenças e até causar cegueira”, alerta.

Segundo o Dr. Sardinha, consultar um especialista antes de utilizar qualquer substância nos olhos é essencial. Apenas o oftalmologista tem a capacidade de avaliar a saúde ocular de forma adequada e indicar o tratamento correto.

Além disso, o CBO recomenda que os pacientes evitem medicamentos sem registro na Anvisa e sempre busquem orientação de profissionais qualificados. 

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