Alguns meses atrás, eu estava sentado em um bar cuidando da minha vida quando a mulher ao meu lado fez algo estranho . Rodeado por potenciais parceiros, ela pegou o telefone, escondeu timidamente por baixo do balcão, e abriu o Tinder. Em sua tela, imagens de homens apareceu e depois desapareceu à esquerda e à direita, dependendo da direção em que ela jogou.
Senti uma sensação de profunda rejeição – não pessoalmente, mas em nome de todos os homens no bar. Em vez de interagir com as pessoas ao seu redor, ela optou por procurar um companheiro em outros lugares online.
Perguntei a mim mesmo, é isso que namoro online tem feito para nós? Trata-se de criar uma nova realidade na qual as pessoas evitam ativamente as interações da vida real?
Claro, outros têm se preocupado com esses tipos de perguntas antes. Mas o medo que o namoro online está nos mudando, coletivamente, que é a criação de hábitos e preferências que não são do nosso interesse, está sendo impulsionado mais pela paranóia do que por fatos reais.
“Há uma série de teorias lá fora, sobre como namoro online é ruim para nós”, disse Michael Rosenfeld, um sociólogo da Universidade de Stanford, que tem vindo a realizar uma longa estudo de namoro on-line, disse-me no outro dia. “E principalmente eles são bastante infundados”.
Rosenfeld, que tem estudado sobre o namoro de mais de 3.000 pessoas, tem recolhido muitos insights sobre o papel cada vez maior de aplicativos como o Tinder. Eles são importantes hoje – cerca de um em cada quatro casais heterossexuais agora se encontram na Internet. (Para os casais homossexuais, é mais como dois de cada três). Os aplicativos têm sido surpreendentemente bem-sucedidos – e de maneiras que muitas pessoas não esperariam.
Na verdade, através de várias medidas, namoro online revelou-se ainda mais útil – tanto para os indivíduos e a sociedade – do que os caminhos tradicionais que substituiu.
