O chefe da Roscosmos, Dmitry Rogozin, disse que tentativas de atingir satélites russos levariam a sérias repercussões
O chefe da agência espacial da Rússia, Roscosmos, alertou os hackers que tentam interromper a operação dos satélites do país que suas ações podem ser interpretadas como um “casus belli – ou seja, um evento que justifica uma guerra”.
O comentário de Dmitry Rogozin veio logo após um ataque cibernético ao Centro de Controle de Missão RKA da Rússia. Falando ao canal de notícias russo Rossiya 24 na quarta-feira, o funcionário disse que “aqueles que estão tentando fazer isso” devem saber que “é um crime, que exige uma punição muito severa”.
Rogozin continuou enfatizando que a interrupção da operação das “forças espaciais de qualquer país é o chamado casus belli”, que é um termo latino usado para descrever um evento que leva ou justifica o início de uma guerra.
O chefe da Roscosmos também ameaçou os responsáveis de que sua corporação os identificasse e entregasse os dados aos serviços de segurança russos para que eles pudessem abrir uma investigação criminal contra os hackers.
Anteriormente, vários grupos do Telegram alegaram que o grupo de hackers NB65, supostamente vinculado ao Anonymous, havia violado com sucesso as comunicações da Roscosmos com os satélites da Rússia.
No entanto, Rogozin rejeitou as alegações, dizendo que, embora houvesse tentativas de penetrar no sistema, a defesa da Roscosmos conseguiu afastá-las.
Desde 24 de fevereiro, quando Moscou iniciou uma guerra contra a Ucrânia, sites do Kremlin, ministérios, bancos e mídia russos – incluindo RT – foram alvo de ataques de hackers ou DDoS. O Anonymous declarou uma “guerra cibernética” à Rússia no dia em que as tropas e equipamentos militares de Moscou invadiram a Ucrânia.
Explicando a necessidade da ação militar, o presidente Vladimir Putin disse que a Rússia estava buscando “desmilitarizar e desnazificar” o país do Leste Europeu, bem como proteger da perseguição a população de língua russa das repúblicas do Donbass. A Ucrânia e seus aliados ocidentais descartaram essas alegações como apenas um pretexto para invadir um país soberano, alegando que o objetivo final de Moscou é a instalação de um regime fantoche pró-Rússia em Kiev.