“Carentena”: busca por crush em apps de paquera dispara durante isolamento

Sem festa, sem barzinho, sem social, sem praia: é dura a vida do solteiro durante o distanciamento social, medida necessária para conter o avanço da covid-19.



Em casa e sem companhia, muita gente aderiu aos aplicativos de paquera para driblar a ‘carentena’, e os apps estão bombando.

Na plataforma Tinder, por exemplo, o dia 29 de março foi o dia em que mais gente deslizou para lá e para cá na história do aplicativo, em todo o planeta. Aqui no Brasil, entre quem dá match, as conversas aumentaram em média 25% e estão 20% mais longas

Outra informação divulgada pela empresa é de que à medida que as partes do mundo entraram em quarentena, os membros começaram a usar mais intensamente a função ‘Passaporte’, que até então só era liberada para as versões pagas.

A taxa de uso do recurso aumentou em 15% no Brasil na última semana de março. Na Alemanha, o aumento foi de 19%, enquanto na Índia, ficou em 25%. Já no Happn, a troca de mensagem aumentou em 18%.

O aplicativo The inner circle teve um aumento médio de 99% nas trocas de mensagens. Os aplicativos também liberaram o recurso de ver pessoas em outros locais mais distantes da localização atual do usuário, para aumentar as chances daquele like -no caso do Tinder, você pode buscar match em muitos países pelo mundo.

E basta dar uma olhada nas descrições para perceber que todo mundo, em todo o mundo, tem o mesmo assunto: a covid-19. A frase “To aqui por causa da quarentena” e suas variáveis está em parte dos perfis. Todos em casa, mas ninguém de bobeira, né?

Entre a sala e o quarto, um match

A publicitária Gabriela Mendes, 26, faz parte da estatística que fez o uso de apps disparar. Ela baixou um aplicativo na segunda semana de quarentena domiciliar. “Eu já tinha baixado um app há dois anos, depois de um término, mas não curti e logo desinstalei.

Agora eu baixei porque estou entediada na quarentena, pensei que seria um bom momento para conhecer pessoas de outros círculos sociais”, disse.

Os primeiros dias foram meio desinteressantes, mas as coisas mudaram.

“Comecei a conversar com um menino e o papo está rolando muito, tenho conversando com ele direto e está sendo ótimo. Na quarentena, a única coisa que dá para fazer é semear, né, e, estou semeando, vamos ver se vou colher depois”, brinca ela.

Paixão de quarentena

Já a “bar girl” Ana Freitas, 28, fez mais do que semear nessa quarentena.

Ela está de férias no trabalho por conta da quarentena e ficou sem sair de casa. “Eu fiquei em casa direto nessa quarentena e baixei o Tinder. É uma distração para mim, de vez em quando brotam umas conversas legais. Eu moro sozinha e fico muito tempo sozinha, então é legal para conversar”, diz ela. Um papo meio despretensioso rendeu.

“Conheci uma menina e a gente começou a conversar todos os dias, por muito tempo, horas. E aí, como eu já estava havia 14 dias em casa e ela também, resolvemos nos encontrar. E aí rendeu”, diz Ana, que, em plena pandemia, está vivendo uma paixão de quarentena.

Como usar a função passaporte do Tinder

Agora, o aplicativo liberou a função gratuitamente a todos os membros. Para ter acesso, é preciso atualizar o app para as versões 11.12 nos dispositivos iOS e Android.

Para fazer a alteração, basta tocar no ícone do perfil, clicar em “configurações” e tocar em “deslizando” para os dispositivos Android ou em “localização” nos iOS. Em seguida, você escolhe uma cidade, do país que quiser.

Os membros nos quais você der like utilizando o recurso podem ver seu perfil até um dia depois da alteração do local. No teste feito pela redação, após a atualização do app, o recurso levou algumas horas para ser disponibilizado.

João Pedro:
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