BMW está a usar a ameaça de uma anuidade pelo acesso ao Apple CarPlay como forma de tornar mais digerível o pagamento da opção “vitalícia” de uma só vez.
Algumas marcas automóveis – como a BMW – já são conhecidas por cobrarem valores obscenos por pelos seus infindáveis extras e opções, pelo que a nova táctica aplicada ao CarPlay da Apple não será propriamente novidade. Nos EUA a BMW quer que os clientes paguem $80 por ano pelo CarPlay para poderem ligar o seu iPhone aos carros.
A proposta parece absurda, até descobrirmos que o principal propósito será tornar a opção alternativa mais atrativa: os clientes podem pagar 300 dólares para terem acesso ao CarPlay durante 20 anos. Ou seja, indiferentemente do que se achar, desde que o objectivo seja ficar com o carro por mais de três anos, já compensará pagar pela opção “vitalícia”… que no entanto funcionará como uma sombra a pairar sobre a cabeça do detentor do carro ao final daqueles 20 anos (se o carro durar até lá, e na altura, por qualquer milagre, o sistema ainda funcionar e ainda houver iPhones compatíveis).
O pior no meio de tudo isto é mesmo a atitude. Se a BMW se tivesse limitado a aumentar o preço dos carros em $300 os clientes assumiriam que teria sido um simples ajuste de preço. Ao fazê-lo desta forma, apenas vem confirmar a sua política de “extorsão” por conta dos extras opcionais.
Veremos se não será apenas um teste que em breve seja alargado a outros extras, passando os opcionais a fazerem parte de um conjunto de mensalidades que nos levará em direcção ao “car-as-a-service” que comece a diluir cada vez mais a diferença entre ter um carro ou pagar uma mensalidade pelo acesso a um.