Mineração espacial é tema de todo bom seriado de ficção científica. Um futuro real pode estar agora em um compartimento da Estação Espacial Internacional.
Biomineração espacial é tema de todo bom seriado de ficção científica. Um futuro real pode estar agora em um compartimento da Estação Espacial Internacional (ISS), onde repousam 18 reatores biominerais. Do tamanho de caixas de fósforos, os protótipos serão usados para estudar como organismos microscópicos podem ser usados para recuperar minerais e metais das rochas espaciais – o processo chamado de biomineração, já usado na Terra.
O projeto BioRock, de astrobiólogos da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, levou uma década para ser desenvolvido. Em cada reator biomineral, foram postos pedaços de rocha de basalto imersos em soluções contendo bactérias. Os pesquisadores querem ver como a baixa gravidade afeta a capacidade das bactérias de extrair materiais como ferro, cálcio e magnésio das rochas no espaço.
“Além de ser o principal componente das superfícies da Lua e de Marte, o basalto tem em sua estrutura espaços que nos permitirão ver quão bem os micróbios crescem na rocha”, explicou a pesquisadora Rosa Santomartino, líder da equipe da Universidade de Stanford que analisará as culturas quando elas retornarem à Terra, daqui a três semanas.
Mineração e infecções letais, os dois lados
A mineração por bactérias não é o único objetivo do experimento. Bactérias, ao se reproduzirem, formam biofilmes, comunidades aderidas a uma superfície. Uma vez formado, o biofilme é tão coeso e tão grudado à superfície onde se reproduziu que muitos pesquisadores consideram que, uma vez iniciado, é impossível deter a infecção.
Já é sabido que a baixa gravidade (ou a ausência dela) afeta a aderência dos micróbios às superfícies, e que os biofilmes formados são mais espessos e com formas e estruturas únicas. Com as informações obtidas, será possível saber mais sobre esse processo e como controlá-lo na Terra.