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Nas últimas semanas, setor de tecnologia tem eventos de grande porte cancelados e empresas preocupadas com a escalada do covid-19.
O surto do novo coronavírus atingiu 102 países, infectou mais de 115 mil pessoas e matou 4.200, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A preocupação com a crescente disseminação do covid-19 fez cidades entrarem em estado de quarentena, colaboradores trabalharem em regime de home office e fábricas situadas em regiões atingidas severamente pelo vírus cessarem suas atividades.
Por conta desses fatores e outros, a projeção feita é de que o coronavírus afete o Produto Interno Bruto (PIB) global, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo a estimativa, o PIB global deve apresentar um crescimento de 2,4%, o patamar mais baixo dos últimos dez anos.
Se a enfermidade tem causado impacto no setor de aviação e turismo, com a indústria de tecnologia não seria diferente. Não só as empresas que estão no “clube do 1 trilhão” – aquelas que possuem valor de mercado maior que US$ 1 trilhão -, como é o caso da Amazon, Apple e Google, mas diversas companhias do setor precisaram lidar com a escalada do covid-19.
Eventos
Três dos principais eventos de tecnologia e inovação marcados para o primeiro semestre de 2020 foram cancelados: a feira de smartphones Mobile World Congress (MWC), que é sediada em Barcelona, na Espanha; o F8, do Facebook, que ocorre anualmente na Califórnia, nos Estados Unidos (EUA); e o Google I/O, para desenvolvedores da empresa, que seria realizado na Califórnia.
Na última semana, foi a vez do South by Southwest (SXSW), que ocorre anualmente no estado do Texas, nos EUA, ser cancelado, pela primeira vez em 34 anos, por conta do surto de covid-19 que atinge o globo.
As ‘Big Techs’
No início do surto de covid-19, algumas das grandes empresas de tecnologia – Amazon, Apple, Facebook, Google, Microsoft – tiveram de acatar orientações do governo chinês. Essas companhias limitaram viagens internacionais de seus colaboradores e seguiram protocolos de higienização dos espaços e checagem de temperatura de funcionários.
Com a crescente disseminação do novo coronavírus, as empresas tiveram de lidar com assuntos mais delicados, como, por exemplo, funcionários diagnosticados com covid-19 e questões operacionais, como a lentidão de fábricas e fornecedores que residem no continente asiático.
A varejista Amazon teve três funcionários diagnosticados com o novo vírus: dois na cidade de Milão, no norte da Itália, um dos países com maior número de infectados; e um nos Estados Unidos. Em solo americano, na região de Seattle, no estado de Washington – um dos mais atingidos pelo covid-19, a companhia tem aconselhado que seus colaboradores trabalhem de casa.
Para a fabricante de eletrônicos sul-coreana Samsung, o impacto foi mais operacional. A companhia precisou parar uma de suas principais fábricas, na região de Gumi, na Coreia do Sul, também um dos países mais afetados pelo novo coronavírus. A solução adotada pela empresa foi de transferir as atividades da planta sul-coreana para o Vietnã.