Apple faz aquilo que normalmente se designa por “uma boa oportunidade para ficar calada”, exibindo uma atitude que põe em risco a sua habitual postura perante as questões de segurança.
A Apple faz aquilo que normalmente se designa por “uma boa oportunidade para ficar calada”, exibindo uma atitude que põe em risco a sua habitual postura perante as questões de segurança, ao preferir acusar a Google por ter descoberto vulnerabilidades graves no iOS, do que reconhecer as mesmas.
A Google descobriu uma série de vulnerabilidades, que estavam a ser utilizadas em campanhas de ataque direccionadas, e em que bastava a um utilizador visitar um determinado site para ficar com o seu iPhone infectado com spyware e dando acesso a fotos, passwords, localização e tudo o mais. Era uma série de vulnerabilidades que, tal era a gravidade, a Google reportou à Apple com a indicação de que teriam que ser corrigidas em apenas 7 dias em vez dos 90 dias que habitualmente são dados antes da divulgação pública das mesmas – e que a Apple fez.
No entanto, agora que a Google reportou a situação (com o iOS já corrigido desde Fevereiro), a Apple faz a triste figura de lançar um comunicado onde se preocupa mais em tentar desvalorizar as coisas que a Google disse, do que reconhecer a gravidade das vulnerabilidades e o facto das mesmas estarem a ser utilizadas activamente para perseguir uma minoria étnica na China (pelo menos, tanto quanto se sabe até ao momento).
Até sites tendencialmente “pró-Apple” não conseguem esconder que o comunicado foi particularmente infeliz, frequentemente tirando as coisas de contexto e tentando responder às afirmações da Google com coisas que “não têm nada a ver”, e que na prática não respondem aos pontos essenciais.
Uma péssima prestação por parte da Apple, que tradicionalmente usava a segurança como ponto diferenciador face ao Android, mas que quando se revela que afinal também tem os seus “buracos”, parece ficar completamente atabalhoada, sem saber como reagir.