Com quase 20 anos de carreira no mercado de tecnologia, o diretor de tecnologia e inovação Instituto Presbiteriano Mackenzie, acredita que o profissional de TI atualmente precisa ir além da parte técnica.
“Quando você vai liderar uma equipe, não é suficiente pensar apenas no aspecto mais cartesiano, linear.
Diria que essas outras aptidões, que não eram tão comuns neste profissional, precisam passar a ser consideradas”, afirma o especialista, que cita como exemplos a chamada inteligência emocional, aspectos de liderança e a capacidade de se abrir para ouvir o outro.
Desde outubro de 2017 à frente do departamento de tecnologia do Mackenzie, cuja estrutura envolve mais de 6 mil funcionários e cerca de 100 mil alunos, Zacarias possui uma ampla experiência quando o assunto é educação. Isso porque, antes de assumir o cargo na instituição, o executivo já tinha atuado no segmento de diferentes formas.
Entre 2002 e 2013, por exemplo, atuou na Universidade Metodista, em que desenvolveu uma série de projetos, incluindo iniciativas na área de educação a distância (EAD) e também na criação de um portal de educação básica. Nos anos seguintes, entre 2013 e 2016, levou todo o seu background para a Apple, quando trabalhou no time de educação da gigante de tecnologia no Brasil.
Um dos pontos que o atraiu para o Mackenzie, explica, foi justamente o fato de a área de TI ser responsável por todas as mantidas pela instituição, incluindo unidades da universidade e do colégio de mesmo nome localizados em diferentes pontos do Brasil. Ao longo deste período de quase dois anos, o executivo vêm desenvolvendo uma série de projetos no instituto.
A lista inclui a criação de um bot para automatizar o atendimento no setor financeiro, a revisão dos serviços mobile voltados para educação básica, com foco em entregar uma versão ampliada e com novos recursos do aplicativo já existente, e a ampliação da digitalização da parte de documentação e processos da secretaria acadêmica.
Mais recentemente, em março deste ano, explica Zacarias, foi montado um comitê no instituto, com participação das lideranças das áreas de TI, jurídico e compliance, para desenvolver ações focadas na Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD, que deve entrar em vigor em agosto de 2020 e vai editar normas e fiscalizar procedimentos sobre a proteção de dados pessoais no Brasil.
Formado em processamento de dados e com diversas especializações na área, incluindo um doutorado em Gestão da Inovação na USP e um mestrado em Administração e Gestão de Conhecimento na Metodista, o especialista destaca as diferenças em inovar na educação básica e no ensino superior, apontando que em uma universidade o ciclo de implantação costuma ser mais complexo e demorado.
Segundo ele, uma das principais lições que aprendeu em sua carreira é a importância de sempre prezar pela verdade e pela transparência. “Temos de ser coerentes e verdadeiros. Não posso falar que sou inovador se eu tenho dificuldade de aceitar que meu funcionário erra”, finaliza.
Fonte: CIO