Escolas banem celulares e promovem mais foco no aprendizado

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Imagem: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Cada vez mais instituições adotando essa medida, os resultados são animadores.


O uso de smartphones no ambiente escolar gerou discussões sobre os impactos na concentração e no desempenho dos alunos. A supervisão de celulares em escolas surge como uma solução para combater a distração causada pelas telas.

Estudos apontam que o uso estendido de smartphones na sala de aula não envolve apenas o aprendizado, mas também as interações sociais e a saúde mental dos estudantes. Quando os celulares estão presentes, ainda que desligados, os alunos apresentam uma queda significativa na capacidade de concentração. A simples ideia de estar conectado gera uma distração permanente.

Iniciativas ao redor do mundo

Em várias partes do mundo, as escolas já implementaram políticas de restrição ou proibição do uso de celulares. No Brasil, seis em cada dez escolas de ensino fundamental e médio já adotam regras para limitar o uso dos dispositivos, de acordo com a pesquisa TIC Educação 2023. Em 28% dessas instituições, o uso de celulares é completamente proibido.

A rede municipal de ensino do Rio de Janeiro foi pioneira na proibição do uso de smartphones na sala de aula. A resposta foi positiva, com melhorias significativas na concentração e no engajamento dos alunos. O Colégio Marista João Paulo II, em Brasília, implementou o projeto “Mente presente”, promovendo uma relação mais saudável com a tecnologia.

Fora do Brasil, iniciativas semelhantes têm sido adotadas. Na Europa, escolas como o Calvin College, na Holanda, dizendo uma mudança cultural positiva após a concessão dos celulares. Na França, um experimento em 200 escolas aplicou a política de “intervalo digital”, e o governo já considera expandir a classificação completa dos dispositivos.

Impactos na saúde e no desempenho acadêmico

O impacto positivo da suspensão vai além do ambiente escolar. O pediatra Daniel Becker alerta que o uso estendido das telas pode prejudicar o desenvolvimento infantil, causando distúrbios de sono, transtornos comportamentais e isolamento social. Além disso, a Unesco revelou que escolas que proíbem celulares tiveram até 20% de melhoria no desempenho acadêmico em disciplinas como matemática e ciências.

Ferramenta de aprendizado ou distração?

Apesar das evidências, a questão ainda gera polêmica. Argumentamos que os celulares podem ser usados ​​como muitas ferramentas pedagógicas, facilitando a pesquisa e o acesso a informações em tempo real. No entanto, mesmo quando usados ​​com finalidades educativas, os dispositivos continuam a ser uma fonte de distração. A simples presença de um celular na sala de aula já exige a concentração dos alunos.

Outros críticos afirmam que a concessão de celulares apenas transfere a distração para outros dispositivos, como tablets e laptops. A questão, portanto, não está apenas em proibir o uso de uma tecnologia, mas em promover um uso consciente e equilibrado da mesma.

Mudança de comportamento dentro e fora da escola

Fora das escolas, a preocupação com o uso excessivo de telas por crianças e adolescentes é constante. Uma pesquisa Datafolha realizada a pedido do Instituto Alana mostrou que 58% dos pais acreditam que menores de 14 anos não deveriam ter celulares próprios, e 76% defendem que o acesso a redes sociais como Instagram e TikTok deveria ser restrito para menores de 14 anos.

Esses números revelam uma mudança gradual de mentalidade, tanto nas escolas quanto nos lares. O controle de celulares nas escolas é apenas um reflexo da preocupação crescente com o impacto da tecnologia no desenvolvimento infantil.

O equilíbrio é o caminho

O planejamento de celulares nas escolas pode não resolver todos os problemas relacionados à tecnologia, mas certamente contribui para a criação de um ambiente mais focado e saudável para o aprendizado. As iniciativas ao redor do mundo demonstram que, quando aplicadas de forma equilibrada, a medida promove uma convivência mais harmônica entre os alunos, além de melhorar o desempenho acadêmico.

O desafio é educar para o uso consciente da tecnologia, tanto dentro quanto fora das escolas. Cabe aos pais, educadores e gestores criarem um equilíbrio saudável entre o mundo digital e as necessidades de aprendizagem e crescimento dos jovens.


Perguntas frequentes

Quais são os benefícios da proibição de celulares nas escolas?

O planejamento de celulares promove maior concentração, melhoria do desempenho acadêmico e incentivo às interações sociais mais saudáveis ​​entre os alunos.

Os celulares podem ser usados ​​como ferramentas pedagógicas?

Sim, porém, mesmo quando usados ​​para fins educativos, os celulares podem ser uma fonte de distração, prejudicando a concentração dos alunos.

Qual o impacto das telas no desenvolvimento infantil?

O uso excessivo de telas pode prejudicar o desenvolvimento infantil, causando problemas de sono, comportamentais e isolamento social.

Qual é a posição dos pais em relação ao uso de celulares por crianças?

A maioria dos pais acredita que menores de 14 anos não deveriam ter celulares próprios ou acessar redes sociais sem supervisão.

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