De acordo com uma pesquisa realizada pela fintech Silverguard, alarmantes 42% dos brasileiros já sofreram com golpes envolvendo o Pix, o popular meio de pagamento instantâneo. O estudo, intitulado “Golpes com Pix no Brasil”, revelou que 2,5 milhões de tentativas de fraude utilizando o Pix ocorreram no país apenas em 2023, conforme dados do Banco Central.
Marcia Netto, CEO e cofundadora da Silverguard, ressalta que os números de golpes envolvendo o Pix são provavelmente ainda maiores, pois muitas vítimas não registram boletins de ocorrência devido a fatores como vergonha, falta de informação ou descrença na segurança pública.
A pesquisa, que entrevistou 1.910 pessoas e analisou dados do serviço SOS Golpe, dedicado a atender vítimas de crimes financeiros digitais, identificou que a engenharia social é a principal tática utilizada pelos criminosos, estando presente em 70% dos casos. Essa categoria engloba golpes que induzem a vítima, por meio de manipulação ou histórias falsas, a realizar a transferência de dinheiro.
Os cinco golpes mais comuns envolvendo o Pix são: o golpe do falso parente, em que o criminoso se passa por um familiar ou amigo pedindo dinheiro; ofertas falsas de oportunidades de investimento ou multiplicação de dinheiro; e abordagens enganosas de supostas autoridades ou empresas conhecidas.
A pesquisa também revelou insights sobre os golpes mais prevalentes por faixa etária e o valor médio dos prejuízos. Entre os jovens de 18 a 29 anos, as falsas oportunidades de investimento representam 28% dos casos, enquanto para idosos acima de 60 anos, o golpe do falso parente pedindo dinheiro é o mais comum, correspondendo a 30% dos casos. Além disso, os idosos tendem a sofrer prejuízos financeiros mais elevados, com valores médios acima de R$ 5 mil.
Outro dado alarmante é que sete em cada dez tentativas de golpe começaram com abordagens nas plataformas da Meta, como Instagram, Facebook e WhatsApp. Em média, as vítimas perdem aproximadamente dois meses de renda, com um prejuízo médio de R$ 3 mil.
Marcia Netto enfatiza a importância de estar atento a sinais de alerta, como urgência na solicitação de dinheiro, ofertas “boas demais para ser verdade” e abordagens de supostas figuras de autoridade. Ela ressalta que “todo mundo cai em golpe, a diferença é o tipo” e reforça a necessidade de cautela diante de situações suspeitas.