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Com educação e ciência aliadas a tecnologia e interatividade, o espaço mostra que nem todo acervo vive apenas do passado, alguns projetam o futuro.
Localizado ao lado da Rodoviária do Plano Piloto de Brasília, o Sesi Lab tem um plano: conduzir seus visitantes para uma viagem repleta de experiências multissensoriais e interativas, focada em três áreas principais: Arte, Ciência e Tecnologia. O museu, inserido no já consagrado complexo multiuso da capital federal, foge da seriedade daqueles que apenas apresentam elementos e histórias do passado. Em vez disso, tenta responder como será o amanhã.
Iniciativa do Serviço Social da Indústria (Sesi), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Sesi Lab ocupou o espaço de uma antiga rodoviária que recebia ônibus do entorno de Brasília. Foi construído durante a pandemia, com investimento de R$ 160 milhões. Em apenas dez meses, seu conteúdo já atraiu mais de 200 mil visitantes. O único requisito para entrar é ter vontade de aprender e disposição para participar ativamente das atividades lúdicas. Essas experiências animam a criança tranquila, instigam o adulto entediado e encantam o idoso animado.
Em uma área de quase 7,5 mil metros quadrados, a nova configuração do prédio projetado por Oscar Niemeyer convida o visitante a mergulhar no ambiente futurista. Lá, é possível interagir com equipamentos que explicam conceitos científicos, fenômenos naturais e sociais na prática.
O objetivo é demonstrar como esses fenômenos ocorrem e refletir sobre possibilidades para o futuro.
Seção de aprendizado interativo
As partes mais interessantes do Sesi Lab estão nas exposições de longa duração. Elas estão distribuídas em três galerias, com mais de 100 instalações interativas.
Na galeria Fenômenos no Mundo, por exemplo, é possível observar bem de perto o funcionamento de uma colônia de bactérias. Ela se assemelha a uma obra de arte, já que fica num grande painel atrás de um vidro transparente. A ‘Bacteriópolis’ muda de cor e formato conforme os microrganismos se reorganizam e retroalimentam ao longo do tempo.
Já na instalação ‘Passaredo’, pode-se perceber como fenômenos naturais geram padrões de movimento. Isso é visualizado tanto em um bando de pássaros virtuais, controlados por alavancas, quanto em uma torcida em estádio de futebol.
Na galeria Aprender Fazendo, a seção ‘Reação em Cadeia’ auxilia essa percepção. Ela evidencia que no cotidiano, muitos eventos estão inter-relacionados. Nesse experimento, o visitante cria ações e observa as reações na hora.
Enquanto essas galerias focam no presente, a próxima tem o futuro como matéria-prima. Denominada Imaginando Futuros, ela também explica fenômenos naturais. Além disso, prediz o porvir analisando eventos atuais por meio de modelos matemáticos.
Na ‘Parede de Futuros’, instrumentos ou ferramentas do presente originam elementos e ideias do que está por vir. Será que essas previsões se concretizarão? Na seção ‘Mensagem para Você’, o visitante reflete sobre como quer ser no futuro e se relacionar com os outros.
Uma noite no museu
Embora seja pensado para todos, o público mais comum no Sesi Lab durante o dia é formado por estudantes de uniforme.
Pensando em atrair adultos também, o museu passou a realizar o Night Lab. Na última edição, em 5 de novembro, o evento chegou à 7a edição, dessa vez com o tema “Cosmologias: tentativas de entender o Universo”.
O Night Lab baseia-se no After Dark, realizado pelo Exploratorium. Esse museu de São Francisco (EUA) também inspirou a criação do Sesi Lab. Mais que isso: sua equipe participou do desenvolvimento da exposição principal aqui.
A gerente Agnes Mileris conta que o evento noturno ganhou contornos próprios no Brasil. “Fizemos adaptações. Assim, nosso modelo ficou bem diferente. Uma vez por mês, abrimos à noite para temas voltados ao público adulto. Por exemplo, em junho, o tema foi ‘A Química do Amor’. Trouxemos uma neurocientista para falar sobre reações químicas ao se apaixonar”, descreve sobre o que ocorre toda primeira quinta-feira do mês.
Educadores desenvolvem oficinas, há a Conversa Poética com especialistas e shows musicais, completa.
O último Night Lab destacou o Nordeste, com show do pernambucano Lirinha e bate-papo com o astrofísico baiano Alan Brito, autor do livro “Astrofísica para a Educação Básica”.
Projeto itinerante
Após ocupar o espaço da rodoviária, o projeto inovador vai sair do Plano Piloto e viajar pelo Brasil. O Sesi Lab ganhará uma versão itinerante, com a primeira edição já marcada para o próximo mês, em Santa Catarina.
“Desde o início, foi pensado para diversos públicos de todas as idades. As exposições, programação cultural e ações educativas visam conectar diferentes visitantes”, explica Agnes. Ela ainda não sabe quando a atração desembarcará na Bahia.
Quem for a Brasília também poderá conferir a exposição temporária “Trabalhadores”, de Sebastião Salgado, até janeiro de 2024. Ela traz 150 fotografias impactantes, incluindo imagens de agricultores de cacau no Sul da Bahia feitas entre 1986 e 1992.
Os visitantes costumam gastar de três a quatro horas para percorrer todos os espaços do Sesi Lab. O local fica perto de pontos turísticos como a Catedral, Museu Nacional, Biblioteca Nacional, Torre de TV, Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes.
Informações úteis:
O quê: Sesi Lab – Museu de Arte, Ciência e Tecnologia
Onde: Setor Cultural Sul, Bloco A, próximo à Rodoviária do Plano Piloto
Quando: Terça a sexta, 9h às 18h; fins de semana e feriados, 10h às 19h
Ingressos: R$ 20 (inteira)
Gratuidades: crianças até 10 anos, deficientes, professores, trabalhadores da indústria, associados ao ICOM.