Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações enaltece atuação dos pesquisadores da Marinha.
Para valorizar e celebrar os exponenciais ganhos e crescimento nas áreas de ciência, tecnologia e inovação foi realizada, ontem (2), pela Marinha do Brasil, no Clube Naval de Brasília, uma cerimônia alusiva ao Dia da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) na Marinha.
De acordo com o Diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, Vice-Almirante (EN) Guilherme Dionizio Alves, “o dia se reveste de uma importância muito grande por que é um momento de nos lembrarmos dos nossos antecessores e do legado que eles deixaram para nós e ao mesmo tempo nos obriga a trabalhar diuturnamente no presente para construir uma Marinha forte e compatível com a aspiração que o Brasil precisa”.
A data em que se celebra o Dia da Ciência, Tecnologia e Inovação na Marinha faz referência ao nascimento do patrono Almirante Álvaro Alberto, comemorado no dia 22 de abril, que foi um insigne cientista e marinheiro, além de ser o pioneiro no Brasil em pesquisas na área de energia nuclear.
“Somos um país que busca um papel diferenciado no planeta e todos os desafios que nos são apresentados, nós temos cumprido com base em conhecimento científico e tecnológico. Avançamos em um mundo que exige soberania tecnológica e aqui falamos em tecnologias estratégicas. Tudo isso é um esforço único, que, se não fizermos, ninguém fará por nós”, destacou Paulo Alvim, Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Dentre os eventos programados para a cerimônia, destacou-se a inauguração da exposição “Um Mar Chamado Tempo: 200 anos de avanços tecnológicos da Marinha do Brasil”, que resgata capítulos importantes da história dos avanços tecnológicos ao longo do século XX e a biografia de oito personalidades da Marinha cujo protagonismo foi decisivo para a evolução da instituição.
Houve, também, a entrega do Prêmio “Soberania pela Ciência” , criado em 2016, com o propósito de reconhecer e premiar o trabalho desenvolvido por pesquisadores e equipes de pesquisa das instituições científicas, tecnológicas e de inovação da Marinha. Nesta quinta edição, o prêmio foi concedido à Capitão de Corveta (Quadro Técnico) Flávia Rodrigues Pinheiro, do Centro de Hidrografia da Marinha. O trabalho vencedor foi intitulado “Carta Sinótica Meteorológica em Formato Digital Editável: inovação aliada à qualidade subjetiva”, que tem o foco em cartas metereorológicas. “A ideia é digitalizar um processo manual para minimizar o tempo de produção de horas para segundos usando um software livre e gratuito. Estou feliz por ganhar o prêmio e ter contribuído de alguma forma com os avanços tecnológicos da Marinha”, afirmou a Capitão de Corveta.
Ainda no evento, ocorreu o lançamento da 33ª Edição da Revista Pesquisa Naval, que é um periódico para a comunidade científica que apresenta uma coletânea de estudos desenvolvidos por pesquisadores das áreas científica, tecnológica e de inovação, cujos temas sejam de interesse da Marinha. O periódico é publicado pela DGDNTM e avaliado pelo Sistema de Classificação de Periódicos, Anais, Revistas e Jornais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
Ciência, Tecnologia e Inovação na Marinha
A Marinha a cada dia investe na área de ciência, tecnologia e inovação. Atualmente, já é possível, por exemplo, ter acesso a simuladores capazes de reproduzir, com fidelidade, um ambiente de navegação e manobra para treinamento. O simulador de passadiço é um projeto que, além de apresentar as condições climáticas, simula ondas e situações que envolvem grandes riscos no mundo real.
A Força Naval possui outros trunfos tecnológicos como o sistema que acompanha a posição de navios mercantes e embarcações, contribuindo em operações de Busca e Salvamento, fiscalização da pesca ilegal, combate à pirataria e tráfico de drogas e de armas. Essa ferramenta, denominada Sistema de Informação sobre o Tráfego Marítimo, e o exemplo anterior do simulador foram desenvolvidos pelo Centro de Análises de Sistemas Navais.
Mas não para por aí, o Instituto de Pesquisas da Marinha desenvolveu uma tecnologia que possibilita a obtenção de água destilada sem a necessidade de ebulir o líquido, desse modo emprega-se muito menos energia elétrica. A tecnologia de destilação por membranas ainda aproveita o calor rejeitado de motores a diesel de navios, e essa sistemática ajuda na economia de energia. Com a água dessalinizada produzida, basta inserir os sais minerais necessários e ela pode ser consumida pela tripulação.
Na área ambiental, o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, localizado em Arraial do Cabo (RJ), possui pesquisadores militares e civis, biólogos e oceanógrafos, engajados no estudo das espécies marinhas da costa brasileira. O trabalho desempenhado é de coleta, produzindo informações que subsidiam a gestão ambiental das águas pela Marinha do Brasil (MB) para a sociedade. Esses são alguns dos exemplos dos mais diversificados projetos e pesquisas que a Marinha vem desempenhando ao longo dos anos e que estão em consonância com o desenvolvimento científico e tecnológico no país.
Além disso, a MB elevou seu patamar de atuação na área de ciência e tecnologia, incorporando em seu escopo a atividade de inovação, em conformidade com o Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação. “Esse sistema, por meio de suas Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação, abrange as atividades do Programa de Submarinos e do Programa Nuclear da Marinha, desenvolvendo iniciativas com as melhores práticas gerenciais em seus projetos estratégicos, em conformidade com a Política Nacional de Defesa, o Plano Estratégico da Marinha (PEM 2040), a Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha e outros documentos norteadores dessas áreas no Brasil”, explicou o Secretário-Geral da Marinha, Almirante de Esquadra Marcelo Francisco Campos.
Fonte: Agência Marinha de Notícias.