Gigantes da tecnologia enfrentam pressão de reguladores e usuários para ampliarem a privacidade em seus negócios de publicidade dirigida.
O Google anunciou nesta quarta-feira (16) que pretende limitar o compartilhamento de dados com terceiros nos anúncios publicitários em seu sistema operacional Android. A questão é delicada, já que está diretamente relacionada à privacidade dos usuários e, ao mesmo tempo, às receitas da companhia.
Os gigantes do setor de tecnologia estão sob uma pressão cada vez maior para equilibrar privacidade e publicidade dirigida, após reclamações dos usuários e ameaças de órgãos reguladores de impor regras mais rígidas.
Isso acontece porque uma parte significativa dos ganhos do Google está relacionada com a venda de anúncios direcionados. Para que os resultados das peças publicitárias sejam mais eficientes, a companhia coleta e compartilha com empresas terceiras uma série de dados de seus usuários.
Os softwares operacionais da Apple e do Google são executados na maioria dos smartphones do mundo. Por isso, qualquer alteração feita em suas políticas poderá afetar bilhões de usuários.
“Nosso objetivo (…) é desenvolver soluções publicitárias eficazes e que melhorem a privacidade, para que os usuários saibam que suas informações estão protegidas e que desenvolvedores e empresas tenham as ferramentas para ter êxito nos dispositivos móveis”, disse o Google, em um comunicado.
No ano passado, a Apple anunciou que os usuários de seus cerca de 1 bilhão de iPhones em circulação podem escolher se permitem que suas atividades online sejam rastreadas para fins de segmentação de anúncios.
A empresa alega que isso é uma prova de sua preocupação com a privacidade, enquanto seus críticos afirmam que a empresa ainda pode continuar a fazer este rastreio.