2 meses de 5G em Brasilia: mudou alguma coisa para você?

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O 5G já está funcionando há dois meses no Brasil, mas ainda há um longo caminho pela frente até que a internet ultraveloz seja acessível em todo celular. Até agora, apenas 15 das 26 capitais do país oferecem o serviço.


A implantação da tecnologia, que começou em Brasília em julho, começou a valer nas cidades de Fortaleza, Natal e Recife na última segunda-feira (5). Além disso, um levantamento do movimento Antene-se, divulgado no final de agosto, apontou que apenas 160 dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros adaptaram suas leis para receber a tecnologia.

São Paulo está na frente, com leis atualizadas em 39 cidades. Na prática, só 30% dos brasileiros vivem em cidades onde há regras que possibilitem a chegada do 5G. Essa mudança nas leis municipais é essencial para a expansão da cobertura.

O processo de ativação já está atrasado em relação ao cronograma inicial da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que previa a ativação do 5G em todo o país até o final de setembro.

No início de agosto, o Gaispi (grupo de acompanhamento que monitora a implantação) recomendou que o órgão prorrogasse o prazo em até dois meses. O motivo: atraso na importação de equipamentos.

Agora, o prazo para as companhias ligarem as estações e começarem a oferecer o 5G em todas as capitais foi estendido para 27 de novembro. Outros municípios devem começar a receber o serviço a partir de janeiro de 2023.

A disparidade na cobertura tem sido a principal queixa dos usuários. Onde o 5G alcança, o sinal vai bem – mas ainda está longe de ser uniforme. Brasília, por exemplo, a 1ª cidade com 5G no país, tem sinal em até 80% da cidade, especialmente no Plano Piloto.

A capital do país tinha a meta de instalar 93 antenas, mas já tem 333. Já São Paulo somava mais de 1,5 mil pontos instalados ou em fase de instalação na metade de agosto, segundo dados do Ministério de Comunicações. A meta era chegar a 370 até dezembro.

Mesmo assim, existem municípios brasileiros que sequer têm cobertura 4G. A maior defasagem está em Minas Gerais, que possui 110 municípios sem suporte para a tecnologia anterior. Depois vem o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com 61 e 53, respectivamente.

Além disso, outras 7.430 localidades, como distritos e vilas da zona rural, não têm qualquer cobertura ou apenas sinal 3G. O edital da Anatel que possibilitou a chegada do 5G exigiu que as companhias preenchessem essa lacuna.

Mas, mais do que a cobertura do sinal, o 5G também depende dos equipamentos corretos. Na prática, nem todo mundo tem aparelhos compatíveis: apenas 81 modelos de smartphones estão aptos a receber a tecnologia, segundo a Anatel. Os chips também precisam ser atualizados.

Os próximos passos

Apesar da velocidade de instalação, a cobertura total do 5G nas capitais deve levar dois anos. “O 5G exige uma estrutura completamente nova”, disse Artur Coimbra, conselheiro da Anatel.

Pelo cronograma inicial da agência, São Paulo terá acesso total ao 5G apenas em 2025, quando passa a exigir uma antena a cada 10 mil habitantes. Em todo o Brasil, porém, a cobertura para municípios com mais de 30 mil habitantes fica para 2029.

Até lá, é possível que a tecnologia tinha avançado a ponto de precisarmos (ainda mais) do 5G. A 5ª geração de conectividade sem fio é pelo menos 30 vezes mais rápida que o 4G e é fundamental para permitir inovações como carros autônomos e telemedicina.

Além disso, o 5G é capaz de conectar 100 vezes mais equipamentos por quilômetro quadrado, o que abre caminho para um futuro com casas inteligentes.

É uma tendência global: o 1º semestre de 2022 terminou com 690 milhões de usuários de 5G em todo o mundo, segundo relatório da Ericsson Mobility. No mesmo período do ano passado, eram 70 milhões.

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